CPI da Covid-19 mira compra de vacina da CanSino e quer novos depoimentos

Comissão já tem previstas várias oitivas como a do proprietário da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin; Randolfe vai à PGR por acusação de prevaricação de Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2021 06h40 - Atualizado em 28/06/2021 10h20
Waldemir Barreto/Agência Senado Senador Randolfe Rodrigues em Comissão no Senado Federal Randolfe Rodrigues, pretende cobrar nesta segunda-feira um posicionamento da Procuradoria-Geral da República sobre a prática de crime de prevaricação do presidente

Depois da confusão gerada na CPI da Covid-19, o deputado federal Luis Miranda anunciou neste domingo, 27, que o governo federal teria bloqueado o acesso do irmão, Ricardo Miranda, ao sistema do Ministério da Saúde. O governo anunciou que abriria processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do servidor. A vacina indiana Covaxin, que foi motivo da polêmica na CPI, ainda não tem registro e a expectativa é que a empresa Precisa Medicamentos, que representa a vacina no Brasil, encaminhe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para uso emergencial do imunizante contra a Covid-19. Em meio às investigações em torno da Covaxin, a comissão sinaliza que vai investigar também a compra de uma outra vacina, a chinesa CanSino. Por isso, mais uma vez, a semana promete ser movimentada em Brasília.

Para os próximos dias, a CPI já tem previstos vários depoimentos, entre eles do proprietário da Precisa, que intermediou a compra da Covaxin. O senador Humberto Costa, no entanto, admite que alterações poderão ser necessárias. “Talvez convocarmos pessoas do Ministério da Saúde que direta ou indiretamente intervieram para apressar o processo de importação da Covaxin ou então ouvirmos o próprio deputado Ricardo Barros”, afirmou. O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Randolfe Rodrigues, pretende cobrar nesta segunda-feira um posicionamento da Procuradoria-Geral da República sobre a prática de crime de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro.

“Estarei representando na segunda-feira à Procuradoria-Geral da República para dar notícia de crime de prevaricação cometido pelo presidente. Este crime, até aqui, é o mínimo a ser apurado”, disse. No fim de semana, o presidente voltou a criticar durante o trabalho da comissão. “Não adianta provocarem, inventarem, quererem nos caluniar, nos atacar 24 horas por dia, porque não conseguirão. Só uma coisa me tira de Brasília: é o nosso Deus. Não vão ganhar no tapetão ou inventando narrativas”, afirmou o mandatário, que voltou a reclamar que a CPI não quer investigar quem recebeu o direito repassado pela União, mas buscar problemas apenas nos repasses.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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