CPI da Covid-19 volta a ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira

Comissão também deve aprovar requerimentos para chamar possíveis integrantes do ‘gabinete paralelo’, como o deputado federal Osmar Terra e o médico Paolo Zanotto

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2021 06h55 - Atualizado em 08/06/2021 10h00
Marcelo Camargo/Agência Brasil Homem de terno, máscara, gravata, óculos de armação preta e cabelos grisalhos Depoimento foi antecipado devido à decisão do Brasil de sediar a Copa América

Um mês depois, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, retorna à CPI da Covid-19 no Senado Federal. Apesar de já ter prestado depoimento ao colegiado, o titular da pasta foi reconvocado porque parte dos senadores acredita que ele mentiu e omitiu informações quando foi ouvido no dia 6 de maio. Além disso, o depoimento foi antecipado devido à decisão do Brasil de sediar a Copa América. A maioria dos membros da CPI entende que no papel de ministro da Saúde, Queiroga foi omisso ao aceitar a realização do torneio no país. A expectativa é que Marcelo Queiroga também seja abordado sobre uma suposta falta de autonomia e sobre a possível existência de um gabinete paralelo ao qual o presidente Jair Bolsonaro daria preferência ao invés do próprio Ministério.

Também estará em pauta a não nomeação da médica Luana Araújo, que em depoimento na semana passada, disse ter tido a escolha barrada pela Casa Civil. Em entrevista ao Pingos nos Is, o ex-assessor da Presidência, Arthur Weintraub, que também foi convocado à CPI, negou a existência do gabinete paralelo. “O que eu comecei a levar ao presidente e o presidente falou assim: ‘Dado seu histórico de cientista e pesquisador, você me traz. Faça resumos e me apresenta o que encontrar.’ E os médicos que transmitiam informações, eu transmitia ao presidente tentando resumir. Não tinha contato com ministro da Saúde, nunca fiz reunião.” Arthur Weintraub relata que entregava a Jair Bolsonaro estudos favoráveis e contrários ao tratamento com hidroxicloroquina e o presidente tirava suas conclusões.

A CPI já aprovou um requerimento de convocação do ex-assessor do Planalto. Arthur Weintraub diz que não teria problemas em falar. “Eu não me furto a falar nada, eu não tenho nada a esconder. Muito pelo contrário. A minha atuação, eu estive sempre proativo, tentando salvar vidas.” A CPI deve aprovar requerimentos para chamar possíveis integrantes do gabinete paralelo, como o deputado federal Osmar Terra e o médico Paolo Zanotto. O presidente da CBF, Rogério Caboclo, também deve ser convocado para esclarecer sobre a realização da Copa América. Já na quarta-feira, a comissão ouve o ex-secretário executivo do ministério da Saúde Élcio Franco, número dois da pasta na gestão de Eduardo Pazuello; na quinta, o governador do Amazonas, Wilson Lima; e na sexta, o ex-presidente da Anvisa Cláudio Maierovitch e a microbiologista Natália Pasternak.

*Com informações do repórter Levy Guimarães 

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