Cultivo de árvores nativas traz retorno financeiro ao país, aponta estudo

Análise mostra que produtor pode investir entre R$ 10 mil e R$ 50 mil por hectare, aproveitar de benesses da natureza e ter até 28% de retorno

  • Por Jovem Pan
  • 12/12/2021 11h58
Luciano Garcia/Creative Commons árvore alta Plantação de árvores pode trazer retorno financeiro

Um estudo feito pela Força-tarefa de Sivicultura de Espécies Nativas da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura mostrou que o cultivo de árvores nativas tem potencial de bastante retorno financeiro ao país. No mesmo espaço, o produtor pode usar variedades para a venda de madeira, culturas agrícolas que estão consorciadas com árvores como o café, cacau, pupunha, erva mate e açaí, além dos eucaliptos, que estão associados à pecuária. O analista de investimento do WRI Brasil e um dos autores do estudo, Daniel Soares, diz que 40 casos foram levantados na pesquisa, 31 deles com potencial retorno ao investimento de entre 9% e 28%. “O produtor faz um investimento por hectare, que gira em torno, nessa implantação e manutenção do modelo, de R$ 10 mil, R$ 15 mil por hectare, alguns até R$ 50 mil por hectare, então este é um investimento e sobre este investimento existe um retorno financeiro”, apontou.

As principais informações para fazer a análise econômica e financeira foram a produtividade esperada para cada espécie, os custos de implementação e manutenção e as despesas administrativas. O custo de oportunidade da terra foi baseado no valor da terra em reais por hectare referente ao uso e ao município mais próximos ao caso. Além da taxa de retorno do investimento, o produtor ainda se beneficia dos serviços ambientais fornecidos pelas espécies nativas: a melhora dos recursos hídricos, o aumento da recuperação florestal e a produtividade de outras atividades que podem ser consorciadas com as árvores. A remoção de carbono da atmosfera é um benefício para todo o planeta, mas também pode contribuir com o fluxo de caixa do produtor, já que oportunidades no mercado de carbono vêm ganhando impulso mundialmente.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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