David Uip não defende vacina obrigatória: ‘Dever do Estado e direito do cidadão’
Infectologista afirmou respeitar o pacto federativo e a necessidade de planejamento através do PNI
O infectologista e membro do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, David Uip, defende que a vacina é um dever do Estado e um direito do cidadão. “Você não precisa obrigar. É um direito nosso e um dever do Estado oferecer”, disse. Para ele, não há o que temer com a “pressa” para aprovação de um imunizante contra o coronavírus porque os institutos estão obedecendo rigorosamente o que foi planejado. “Durante os processos de pesquisa, existem contratempos. Por isso existem auditorias internacionais independentes.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Uip afirmou respeitar o pacto federativo e que não adianta querer iniciar um processo de vacinação sem o aval da Anvisa. “O governo federal compra, distribui para os estados e eles repassam aos municípios. O governo federal tem uma política de vacinação e financiamento, um Plano Nacional de Imunização aplaudido no mundo todo. Cabe aos governos a governança. O mundo aguarda essas vacinas, nós todos estamos muito ansiosos. Mas a ciência não responde à nossa ansiedade.”
Porém, ele destaca a importância do Ministério da Saúde se planejar através do PNI. “Nós todos temos que ter planos. A partir do momento que temos uma vacina aprovada, precisamos de logística. Quem vai tomar em primeiro lugar, fornecimento de agulhas e seringas, a distribuição da vacina. É fundamental ter esse plano imediatamente e ele precisa estar andando para, quando ter a vacina, ser colocado em uso”, completou. Em suas projeções pessoais, a vacinação deve acontecer já no 1º trimestre de 2020 — independente de ser a CoronaVac ou outro imunizante que seja eficaz e seguro.
Sobre um possível recuo do Plano São Paulo no Estado, David Uip destacou que os cientistas olham atentos os indicativos para tomarem as medidas adequadas no momento certo. “Nós temos um plano muito bom e que dá duas possibilidade: progredir quando é possível e regredir quando é necessário. Os número do Ministério da Saúde tiveram muitas dificuldades nas últimas semanas e a interpretação foi muito difícil. As medidas serão seguramente tomadas no momento adequado.”
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