Decisão sobre realização do Carnaval 2022 deve ser nacional, diz deputado

João Carlos Bacelar fala sobre o dilema entre impactos econômicos do cancelamento e as possíveis consequências sanitárias da festividade

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2021 09h17 - Atualizado em 30/11/2021 10h09
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Gustavo Sales/Câmara dos Deputados Deputado Bacelar João Carlos Bacelar lembra que muitos trabalhadores já investiram para atender aos turistas na data festiva

Ao menos 58 cidades do interior de São Paulo já cancelaram as festas de Carnaval 2022. A decisão busca evitar um novo aumento da Covid-19. No entanto, considerando os impactos econômicos dos cancelamentos e os diferentes entendimentos entre Estados e municípios, parlamentares vão discutir o tema na Comissão de Turismo da Câmara. O objetivo do debate é construir uma coordenação nacional sobre o assunto, explica o deputado federal e presidente do colegiado, João Carlos Bacelar. “Essa não é uma decisão da Câmara, mas defendemos que as autoridades à mesa e isso tenha uma orientação nacional. Não vamos poder fechar a fronteira da Bahia com Pernambuco, é impossível”, afirmou o parlamentar ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Na visão dele, é preciso que haja uma decisão única, que considere os impactos econômicos do cancelamento e, da mesma forma, as possíveis consequências sanitárias da realização da folia.

“O Carnaval tem 18 milhões de pessoas em Salvador, 15 milhões em São Paulo, 13 milhões no Rio, além dos que vêm de fora. Como controlar isso? Como evitar isso? Não faço o Carnaval em Recife, mas faço em Olinda? Isso vai elevar os ricos e fazer que o país possa voltar aos índices anteriores [da pandemia]”, afirma, que contrapõe com a questão econômica. “Só os festejos carnavalescos movimentam cerca de R$ 10 bilhões nas cidades onde tem a festa, como Salvador, Recife, Rio, São Paulo, Olinda e diversas outras. Mas, além disso, o Carnaval é importante economicamente pelo turismo, porque mesmo cidades que não têm Carnaval recebem turistas”, completa, admitindo o dilema.

João Carlos Bacelar lembra que muitos trabalhadores já investiram para atender aos turistas na data festiva, o que pode se traduzir em prejuízos com o cancelamento. Ele cita que “todos os secretários estaduais de saúde” são contra a realização do Carnaval, mas reconhece que o tema precisa de amplo debate, o que deve acontecer na comissão no dia 8.  “É uma festa com milhões nas ruas, quem vai fiscalizar quem está de máscara ou não? Como vou colocar na entrada da Barra, em Salvador, ou em Ipanema um portal para conferir vacina, atestado de vacina? É impossível”, acrescentou. Além dos parlamentares, representantes do turismo, da saúde, da Anvisa, Fiocruz e dos Estados e municípios devem participar da discussão.

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