Defesa de impeachment de Bolsonaro não é consenso entre partidos

Protestos de 7 de setembro e as recentes declarações do presidente dominam as discussões no Congresso Nacional; oposição pede atuação de Arthur Lira e fala em crime de responsabilidade

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2021 06h36 - Atualizado em 09/09/2021 10h08
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WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Parcela de eleitores do presidente Jair Bolsonaro que se identificam como de esquerda corresponde a 29%

As reações aos protestos de terça-feira, 7, dominaram as discussões do plenário da Câmara. A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann, criticou a postura de do presidente da Casa, Arthur Lira, diante das declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro e defendeu a abertura de um processo de impeachment. “Hoje, o presidente do Supremo, Luiz Fux, colocou o problema: a política do caos e o crime da responsabilidade. Cabe à Vossa Excelência, como presidente desta Casa, tomar as providências devidas, sob temor das próxima ofensiva bolsonarista ser o fechamento da Casa que preside”, afirmou. Ao mesmo tempo, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) começou a discutir sobre eventuais crimes de responsabilidade de Bolsonaro cometidos nos atos do 7 de setembro, o que poderia levar a um pedido de afastamento. A direção da sigla decidiu por unanimidade que fará oposição ao governo federal.

Integrante da executiva tucana, o senador José Aníbal ressaltou, no entanto, que o partido continuará a favor das reformas. “Não tem reformas a serem votadas por esse governo. O que eles chamaram de reforma tributária é uma piada, é uma mudança no Imposto de Renda. O que fizeram como reforma política foi voltar as coligações partidárias, o que é um retrocesso. Quando tiverem propostas de reformas para valer, o PSDB sempre foi um partido reformista, vai estudá-las, analisá-las e contribuir para que sejam aprovadas.”

Também nesta quarta-feira, 8, a executiva do Podemos decidiu não aderir ao movimento a favor do impeachment por entender que “a abertura de uma nova crise política, em meio à pandemia do coronavírus, ao desemprego e crise econômica, só agravaria o sofrimento das camadas mais vulneráveis, que já vivem em situação de extrema dificuldade”. A liderança do Partido Social Liberal (PSL) na Câmara também afirmou que a maioria dos parlamentares mantém apoio a Bolsonaro, o que contraria a direção da sigla.

A deputada Bia Kicis criticou as últimas decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que o Congresso Nacional precisa dar um basta. “É esse Congresso que precisar mostrar altivez e coibir.” Além das reações no Congresso, siglas da esquerda também buscam uma resposta do Judiciário. Após o senador Randolfe Rodrigues acionar acionar o STF, foi a vez do Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolar uma notícia-crime na Suprema Corte para investigar o presidente da República por falas durante as manifestações de 7 de setembro.

*Com informações do repórter João Vitor Rocha

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