Deputado critica quarentena eleitoral e diz que Bolsonaro deve vetar medida: ‘É injusta’

Vitor Hugo defendeu que, no caso dos policiais e militares, o uso da farda não ‘abafa no peito do cidadão a vocação política’ e disse que o afastamento deve ser questionado na Justiça

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2021 10h07 - Atualizado em 16/09/2021 13h49
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Cleia Viana/Câmara dos Deputados Deputado Vitor Hugo usa terno azul, camisa branca e máscara azul no plenário da Câmara Deputado afirma que a oposição busca na quarentena eleitoral uma forma de diminuir a base de apoio do presidente Bolsonaro

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 15, uma emenda que voltou a incluir a quarentena para juízes, policiais e militares no novo Código Eleitoral. A proposta é que aqueles que quiserem se candidatar a um cargo político a partir de 2026 cumpram um afastamento obrigatório de quatro anos. O tema é alvo de debates e os críticos da proposta prometem recorrer à decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). Na visão do deputado federal Vitor Hugo, a medida não tem suporte textual para ser incluída e há uma “grande possibilidade de judicialização”. “Tenho esperança de que haverá ações na Justiça para impedir, que o Senado não aprove a tempo de vigorar para as próximas, retire do texto ou que, caso aprovada, o presidente Jair Bolsonaro vai sim vetar. Quando retornar para Câmara e Senado vamos lutar para manter o veto, porque é injusto com profissões importantíssimas para nós”, afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Para o deputado, “a farda não abafa no peito do cidadão a vocação política” e a presença de mais policiais, militares e magistrados no parlamento é positiva.

“Aqueles que votaram a favor da quarentena alegam coibir ações de juízes e promotores que adotam postura midiática de propósito. Pode acontecer, mas é um número muito pequeno. Essa justificativa não é suficiente para afastar esse público da vida política nacional”, afirmou Vitor Hugo. Ele aponta que a oposição busca na quarentena eleitoral uma forma de “diminuir a base do presidente”, já que, segundo o parlamentar, um número maior de policiais estariam presentes na próxima legislatura. Em outro momento, o deputado afirmou que parte dos apoiadores da proposta “tem problemas com a Justiça e querem mandar um tipo de recado”. Após a decisão na Câmara nesta quarta-feira, o texto do novo Código Eleitoral segue para o Senado, onde deve ser aprovado até outubro para que seja válido no pleito de 2022.

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