Deputado diz que prisão de Zé Trovão ‘virou símbolo’ e promete recorrer após habeas corpus negado
Um dos autores do recurso apresentado ao STF, Major Vitor Hugo afirma vai recorrer em diferentes vertentes, inclusive buscando uma solução direta com Alexandre de Moraes
Nesta sexta-feira, 10, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de habeas corpus para o caminhoneiros Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão. O recurso havia sido apresentado por deputados federais contra a determinação de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. No entanto, o Fachin afirmou que não cabe pedido da liminar contra uma decisão individual de outro membro da Suprema Corte. Agora, os parlamentares procuram alternativas para a revogação da prisão. O deputado Major Vitor Hugo, um dos autores do pedido, garante que vão recorrer. “Impetramos o habeas corpus com base em decisões anteriores do STF, quer permitiram a apresentação contra decisões monocráticas, existe precedente bem simbólico. Embora Edson Fachin tenha decidido diferente, vamos recorrer para que a gente consiga ter uma pacificação, porque há decisões divergentes”, afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
O parlamentar disse ainda que o grupo também pretende buscar uma solução diretamente com Alexandre de Moraes, fazendo um pedido para revogação da prisão. “Esperamos ter êxito em uma das vertentes”, acrescentou. A prisão de Zé Trovão foi decretada por suposta incitação do caminhoneiros a atos antidemocráticos. Para Major Vitor Hugo, no entanto, assim como outros casos recentes, o pedido de prisão é “ilegal e inconstitucional”. Muita pessoas estão falando que estamos atuando para defender a prisão do Zé Trovão e esquecemos do Roberto Jefferson, do Daniel Silveira, do Oswaldo Eustáquio. Na versão, Zé Trovão virou um símbolo agora, em função dos caminhoneiros, do 7 de setembro, mas já lutávamos contra essas decisões há muito tempo”, garantiu.
Ainda sobre o clima de tensão entre os Poderes e a repercussão no Congresso Nacional, Vitor Hugo afirmou que a Câmara dos Deputados continuou trabalhando e criticou a postura do presidente do Senado. “Rodrigo Pacheco decidiu fazer palanque eleitoral antecipado. Ele quer se classificar como terceira via e não fez o Senado trabalhar nessa semana”, afirmou. O senador cancelou as sessões da Casa nesta semana após a repercussão das manifestações, justificando que não havia clima para votações. Mesmo depois da carta presidencial à nação, em que Jair Bolsonaro nega intenção de agredir os Poderes, o Senado Federal mantém a postura de cautela e sinaliza que manterá indisposição com o governo.
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