Deputado do União Brasil diz que ‘cooptação de um membro do partido’ não garante ‘apoio incondicional’ ao governo
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Danilo Forte aprova possibilidade de Celso Sabino integrar ministério de Lula, mas adverte: ‘É um programa de governo que faz com que a legenda engaje’
O deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE) afirmou na manhã desta segunda-feira, 12, que a “cooptação de um membro do partido” não garante “apoio incondicional” ao governo. A declaração, feita durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, é uma resposta a possível troca de comando no Ministério do Turismo. Isso porque o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) é o principal nome cotado para substituir a ministra Daniela Carneiro, que segue balançando no cargo. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que ela saberá quando e se realmente irá deixar a pasta. Com apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), Sabino faz campanha entre os deputados e ministros petistas. Apesar disso, o deputado ganha resistência dentro do governo. Para a equipe de Lula, colocar um aliado direto de Lira e que também foi líder do governo Bolsonaro em um cargo ministerial é “perder a queda de braço” com o Centrão. Na prática, a equipe do presidente acredita que a possível nomeação não trará apoio necessário do União Brasil no Congresso. “A decisão é do presidente. O que antecede uma composição ministerial, inclusive fiz essa crítica no início do governo, é que precisamos de um diálogo, uma proposta de governabilidade. Não é a cooptação de um membro de um partido que faz com que aquele partido tenha o apoio incondicional do governo. É um programa de governo. Isso faz com que o partido engaje”, comentou Danilo Forte em entrevista.
Danilo Forte ainda aprovou a possibilidade de Celso Sabino integrar o quadro ministerial de Lula. “O Celso Sabino tem todas as qualidades para ser ministro de qualquer governo. Mas se não houver um debate sobre o que o governo se propõe e como se propõe, além de falar como vai definir essa relação das bancadas com o governo, assim o Celso Sabino não vai ter força suficiente para dar ao governo aquilo que ele quer e causará uma nova frustração. Esse modelo de governo de cooptação, de trazer para dentro do governo um quadro dos partidos, faliu completamente. Hoje, o parlamento tem autonomia que foi construída. O parlamento é um poder tão importante quanto o Executivo e o Judiciário. Se não houver um diálogo sobre a governança e a governabilidade fica difícil o governo ter esse retorno sem se explicar o que ele deseja, como deseja e como será a relação com os partidos”, completou.
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