Deputado Evair de Melo diz que ala governista quer ‘desestabilizar os trabalhos’ da CPI do MST

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o parlamentar prometeu fazer um ‘pente fino’ nas visitas em assentamentos planejadas pelo colegiado: ‘Conhecer a realidade dessas famílias’

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2023 08h33 - Atualizado em 24/05/2023 08h35
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Reprodução/Jovem Pan News deputado-federal-evair-de-melo-cpi-mst-entrevista-jornal-da-manha-reproducao-jovem-pan-news Deputado federal Evair de Melo (PP) falou sobre a CPI do MST em entrevista ao Jornal da Manhã

A CPI do MST, comissão da Câmara dos Deputados que investiga as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), terminou sua primeira reunião, nesta terça-feira, 23, marcada por episódios de bate-boca e desavenças envolvendo os integrantes do colegiado. Para falar sobre o início da comissão e seu possível desenrolar, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Evair de Melo (PP), que é o 3º vice-presidente da CPI e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária. Para o parlamentar, a ala governista tenta atrapalhar os trabalhos: “É natural que essa agressividade provavelmente estará presente nas próximas sessões. O governo ontem veio muito furioso quando ele percebeu que perdeu completamente a base. O governo não se preparou para trabalhar durante 120 dias na CPI e escalou seus figurões, que vieram na verdade como um todo querer desestabilizar os trabalhos. O nosso relator, deputado Ricardo Salles, apresentou um plano de trabalho bem sucinto, objetivo e claro. Isso naturalmente incomodou a base do governo, porque mostrou realmente a nossa capacidade de investigar, não só a ação específica do objeto da nossa CPI, como também a compreensão histórica”.

“Vai ser uma boa oportunidade para que nós possamos discutir como Brasil a origem desse movimento (…) Às vezes, pelas benesses que eles fazem a gente não percebe as maldades que estão escondidas. A CPI será um ótimo momento para a gente fazer a sociedade ter essa percepção e tirar as suas conclusões para que nós possamos entregar um belíssimo relatório”, declarou. O deputado capixaba detalhou o plano da CPI de visitar assentamentos para apurar a realidade das famílias que fazem parte do movimento: “É difícil porque em alguns desses assentamentos, assim como nas milícias, sem autorização do movimento o acesso é muito difícil. Nós já estamos acionando as polícias, a Polícia Federal, para que possa nos dar proteção e a gente vai ter a liberdade de ouvir esses assentados. Isso é muito importante. O momento que vai ser bom, vai ser quando chamarmos o Incra para que possamos fazer um pente fino da realidade dos assentamentos do Brasil. Na sessão de hoje nós já vamos aprovar os primeiros convites e primeiras convocações, em torno de 15 ou 16 convites e convocações devem ser feitos na manhã de hoje. A gente espera na próxima semana, assim que for programado, começar as primeiras oitivas”.

Questionado sobre as acusações do governo de que a CPI foi criada com o intuito de criminalizar um movimento legítimo, Evair de Melo argumentou que o MST se apropria de pautas da agropecuária em benefício próprio: “Vamos fazer esse debate com a sociedade. A sociedade durante esses 120 dias vai ter essa oportunidade de ter esse conhecimento. Não estou discriminando ninguém, estou dizendo que o Brasil tem que continuar fazendo reforma agrária, ela é muito importante. A concentração fundiária não é o que falam. Sou de um Estado onde mais de 90% das propriedades são pequenos e médios agricultores. Quando temos em alguns Estados agricultura de escala, aí sim é necessário uma área maior, por isso propriedades maiores são necessárias inclusive para produzir alimento. É mentira quando eles dizem que 70% do alimento que chega na nossa mesa provém de assentamento, porque eles se apropriam aí de agricultura familiar. Agricultura familiar deve ser 50 vezes maior do que os assentamentos. Portanto, eles se apropriam desse tema para parecer simpático, mas por trás de tudo isso tem uma conspiração para poder desestabilizar toda a nossa democracia”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

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