Detran-SP: Casos de fuga de condutores após acidentes são expressivos e preocupantes
O levantamento aponta mais de quatro mil ocorrências registradas entre janeiro e setembro de 2020
O caso da ciclista Marina Kholer, que morreu após ser atropelada por um motorista que não prestou socorro no último fim de semana, está longe de ser uma exceção. Um levantamento realizado pelo governo de São Paulo entre os meses de janeiro e setembro mostra que houve fuga do condutor em mais de 4 mil ocorrências registradas, vitimando 331 pessoas. Para a coordenadora do Programa Respeito à Vida do Detran de São Paulo, a análise demonstra que o risco de morte em acidentes de trânsito triplica quando o motorista não presta assistência. Segundo Silvia Lisboa, os números de fuga de condutores são expressivos e preocupantes. Ela destaca que cerca de 85% dos acidentes com abandono do local pelos condutores ocorreram em vias urbanas, que também abrigam a maior parte das fatalidades. Em 64% dos casos, os acidentes foram no período noturno.
De acordo com o levantamento, os tipos de acidentes mais comuns são os atropelamentos e as colisões traseiras. Entre as vítimas, estão principalmente pedestres, seguidas por motociclistas, ocupantes de automóveis e ciclistas. A fuga do local do acidente é uma infração gravíssima passível de multa e de até seis meses de prisão, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro. Caso haja feridos, também pode se configurar a omissão de socorro, elevando a possibilidade de detenção para um ano.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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