Dexametasona e outros corticoides reduzem mortes por covid-19, mostram estudos
Segundo os pesquisadores, os corticoides se mostraram seguros, sem risco aumentado de efeitos colaterais graves
Um estudo publicado nesta quarta-feira confirmou que corticoides reduzem a mortalidade por covid-19 em pacientes com quadros críticos da doença. Os medicamentos são anti-inflamatórios de baixo custo usados no tratamento de doenças inflamatórias, respiratórias e alérgicas, como asma e artrite. A pesquisa avaliou a utilização de três remédios dessa classe, entre eles dexametasona e hidrocortisona. Segundo os pesquisadores, os corticoides se mostraram seguros, sem risco aumentado de efeitos colaterais graves. A análise foi realizada por um grupo de trabalho formado pela Organização Mundial da Saúde para dar rápida resposta sobre possíveis tratamentos para o coronavírus. Entre os estudos que foram considerados, está uma pesquisa coordenada pelos principais hospitais privados brasileiros, que compõem a Coalizão Covid-19 Brasil.
Segundo a coordenadora de UTI do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Viviane Cordeiro Veiga, a pesquisa mostrou que a dexametasona foi capaz de reduzir o tempo de entubação entre doentes graves: “Nós vimos uma diferença entre pacientes que utilizaram o corticoide, que tiveram 6,6 dias a menos de ventilação mecânica, isso é muito importante, ficar com menor tempo de ventilação mecânica significa menor tempo na UTI e menor custo.”
Com a publicação da pesquisa, a Organização Mundial da Saúde divulgou novas diretrizes para médicos e gestores recomendando o uso de corticoides para pacientes com formas graves da infecção. A OMS ressalta que a sugestão não vale para pacientes com quadros leves de covid-19. Nos Estados Unidos, a agência de vigilância sanitária estendeu a autorização do uso emergencial do antiviral remdesivir para todos os pacientes internados com Coronavírus. Desde maio, o medicamento tinha a permissão emergencial para ser usado nos casos mais graves, de pacientes que necessitavam de suporte respiratório.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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