Diante de queimadas no Pantanal, secretário do MS diz que falta ‘estratégia ambiental’ para o Brasil

Região já teve 1,2 milhão de hectares destruídos por queimadas; Jaime Verruck cita questões climáticas

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2020 08h46
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Chico Ribeiro / Governo MS Força-tarefa vem tentando controlar as chamas no Pantanal desde o ano passado

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, explicou a situação no Pantanal, que já teve 1,2 milhão de hectares destruídos por queimadas na região. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, ele afirmou que falta ao Brasil uma “estratégia ambiental”, de forma que a discussão sobre preservação fique mais clara internacionalmente. “[É necessária] a simplificação da discussão ambiental. A estratégia brasileira avança muito bem, mas é preciso mostrar o que o Brasil faz de preservação, acho que ela está prejudicada pela falta de posicionamento brasileiro da estratégia ambiental, deveremos lançar um programa de comunicação mais adequado.”

O secretário, no entanto, reforça que não acredita em uma campanha que busca manchar a imagem brasileira internacionalmente e assumiu a responsabilidade. “Acredito que nós temos que moldar, a forma de reação nossa não está adequada, há conluio para mostrar que o Brasil não tem políticas adequadas, mas nós temos que juntar as ações para dar resposta ao mercado internacional.”

Segundo Verruck, o número elevado de incêndios “decorre menos de política ambiental e mais de condições climáticas. O Rio Paraguai está no mais baixo nível desde 1970, por outro lado, desde maio de 2019 com 40% menor no índice de chuvas, daí o recorde de focos de incêndio desde janeiro e a dificuldade com os incêndios”. Com a criação de uma força tarefa, ele elencou o que acredita ser necessário para reverter a situação no futuro: “precisamos de estrutura permanente de combate ao incêndio, não temos mecanismo de punição, que cabe ao governo estadual, e a infraestrutura, ficar disponíveis ferramentas descentralizadas, não temos estrutura física adequada para combater.”

“Temos um problema grave, são mais de 820 mil hectares desde janeiro, conseguimos reduzir os focos de calor, mas temos mortalidade e migração de animais, a parte florestal tem mais resiliência, mas o Pantanal é praticamente da dimensão do RJ, afeta a vida das pessoas, pecuária, atividade de turismo e a biodiversidade, isso é preocupante. No momento de covid-19, há o problema da questão respiratória, a fumaça agrava. É uma operação de guerra, mas é quase enxugar gelo, e muita coisa por ação humana, ribeirinhos colocando o fogo. No Pantanal não temos questão de desmatamento, é mais de pasto e ribeirinhos”, concluiu.

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