Discurso de Bolsonaro na ONU divide opiniões no Congresso

  • Por Jovem Pan
  • 25/09/2019 06h58 - Atualizado em 25/09/2019 09h46
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EFE/EPA/JUSTIN LANE Presidente abriu os discursos dos chefes de Estados na Assembleia

Mesmo com uma pauta cheia de votações, o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi um dos assuntos mais comentados no Congresso Nacional nesta terça-feira (24). Deputados governistas e de oposição polarizaram boa parte dos discursos exaltando e criticando diferentes pontos da fala do chefe de estado brasileiro.

O deputado Coronel Tadeu (PSL) elogiou dois aspectos da fala de Bolsonaro: sobre a Amazônia e o combate ao comunismo na América Latina. “Ele conseguiu mostrar para o mundo que o Brasil tem um dono: é o Brasil que é dono dele. A Amazônia é nossa, não é do mundo. Mostrou o que acontece com Cuba, com Venezuela e com tantos outros países que, na linha comunista, querem trazer esse mesmo raciocínio para nós, brasileiros”, disse.

O líder do PSL no Senado Federal, Major Olímpio, afirmou que, pela vitórias nas últimas eleições, o presidente tem legitimidade para falar na ONU em nome do povo brasileiro. “Tem legitimidade para falar pelo povo brasileiro, e falou, e deu o recado. Se gostar ou se não gostar, vai respeitar a soberania brasileira, vai respeitar a democracia. Mas a população brasileira está ao lado do presidente Bolsonaro neste momento.”

Deputados de oposição classificaram o discurso do presidente brasileiro como “vergonhoso” e “agressivo”. Na visão do deputado Alessandro Molon (PSB), Bolsonaro falou como se ainda estivesse em campanha eleitoral.

“O primeiro Presidente da República a subir à tribuna da ONU para atacar outros países, que em vez de falar para o mundo, falou para seus eleitores no Brasil. Não falou como Presidente da República, falou como um candidato, e um candidato que se apequena cada vez mais”, comentou.

Já para a deputada Tabata Amaral (PDT), o tom das críticas de Bolsonaro à esquerda e a alguns países, como a França, é uma maneira de disfarçar a falta de um plano de desenvolvimento para o país. “Então você faz isso para poder crescer nas redes sociais, para poder inventar um inimigo e se manter no poder, aí as coisas são muito mais graves do que no Brasil. Então, para mim, o que ele está fazendo lá fora é muito do que ele faz aqui dentro, que é inventar um fantasma, inventar um inimigo, inventar um problema para desviar a atenção”, explicou.

A deputada Joênia Wapichana (Rede), única indígena do Congresso Nacional, protestou contra a fala de Bolsonaro referente aos povos indígenas. Segundo ela, o presidente deslegitima representantes da etnia e mostra uma ideologia anti-indígena.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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