Doria e Alckmin falam sobre Bruno Covas e veem semelhança com avô: ‘Defensor da democracia’

Atual governador falou sobre o último encontro com o prefeito e revelou que ele escolheu não ser intubado; Alckmin lembrou da juventude do tucano

  • Por Jovem Pan
  • 16/05/2021 13h22
Roberto Casimiro - Estadão Conteúdo Tucanos teceram elogios a Bruno Covas, que morreu na manhã deste domingo, 16

O governador de São Paulo, João Doria, prestou solidariedade aos familiares do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que morreu neste domingo, 16. Para ele, o tucano fez uma gestão impecável nos últimos dois anos e meio. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, ele teceu elogios ao amigo e parceiro de chapa. “Bruno tinha um bom coração, uma boa alma, era transparente, afetuoso, um pai amoroso. Muito leal aos amigos e aos princípios políticos, da defesa da democracia. Um rapaz extraordinário em todas as demonstrações” declarou. O ex-governador Geraldo Alckmin também falou de Bruno Covas à Jovem Pan nesta manhã. “Perde São Paulo, perde o Brasil.”

Os dois lembraram do avô de Bruno, Mário Covas. Alckmin falou da convivência com o prefeito durante sua juventude. “Bruno fazia o colegial e foi morar com Mário Covas e a Dona Lila. Fez duas faculdades, Direito e Economia. Convivi muito com ele. Depois foi eleito deputado, foi secretário do Estado de Meio Ambiente, conduziu muito bem a pasta. Ele era alegre, de bem com a vida, sempre com uma risada gostosa. E ele tinha vocação política, que herdou do avô. Para ser político é preciso gostar de gente. Mário e Bruno gostavam de gente. Em um momento que todo mundo fala mal de política e de políticos, Bruno tinha coragem de dizer que era político.”

Para ele, fica um legado tanto de Mário quanto de Bruno Covas. “Além das obras e realizações, sobre a transparência à frente da doença e a fé. Não vi nem um nem o outro reclamar. A última campanha teve princípios, valores, propostas. Foi uma campana de bom nível. Fica o exemplo de que é possível fazer politica sem ódio, baseada em propostas e ideias.” O governador João Doria reafirmou o que foi dito por Alckmin. “Ele deixa o legado defesa da vida. O Bruno, ao meu lado, participou de mais de 40 coletivas de imprensa. Além das coletivas que ele mesmo fez na Prefeitura, defendendo a vida, a existência, agindo contra o negacionismo. Fez um enfrentamento duro e difícil ao seguir as medidas do Plano São Paulo. Ele sempre dizia, corretamente, que sem vida não há economia e que sem existência não há consumo.” Ele também destacou o trabalho de Covas pelos mais pobres e vulneráveis. “Exemplo de honestidade, hombridade, defensor da democracia. Uma pessoa corajosa nas atitudes e sempre ponderada nas colocações.”

João Doria comentou sobre a última visita que fez a Bruno Covas, nesta última semana, no hospital. “Ele sorriu por varias vezes nessa longa conversa. Uma parte com os médicos, sua família. Depois a sós comigo. Ele estava sereno, sorridente. Sempre foi um guerreiro. Não falou da morte, falou da vida. Da família, do filho Tomás. Ele era apaixonado pelo Tomás.” Ele contou à Jovem Pan que Bruno Covas fez sua própria escolha. “Ele não quis ser intubado. Ele foi consultado pelos médicos e ele disse que não queria ser intubado. Ele disse que queria viver no seu tempo e da sua forma. Essa conversa muito difícil e dura foi na sexta-feira, dia 7. Mostra a grandeza de um jovem homem, cidadão, pai e ser humano. Bruno passa para a história com a grandeza de uma pessoa com características muito raras de sentimento e valor”, finalizou.

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