Prefeitura do Rio fecha praias e proíbe lazer em vias importantes da cidade

Decreto vale a partir da 0h deste sábado, 20; Paes chamou de ‘maluquice’ o ato de abrir hospitais de campanha em uma cidade com tantos leitos disponíveis como o Rio de Janeiro

  • Por Jovem Pan
  • 19/03/2021 06h52 - Atualizado em 19/03/2021 09h53
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Foto: MICHEL FILHO/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Aglomeração de pessoas e sombrinhas de sol na frente da praia Uma decisão já foi tomada: em abril, ele pretende antecipar os feriados para, de certa forma, tentar minimizar os efeitos negativos

Novas medidas de contenção do coronavírus foram decretadas pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, nesta sexta-feira, 19. De acordo com publicação no Diário Oficial do município, as medidas são acrescentadas à decisão do mandatário do dia 10 de março em virtude do avanço da Covid-19. Entre as novidades, está a proibição da permanência nas areias das praias em qualquer horário, incluindo para a prática de esportes, banho de mar e qualquer atividade econômica — incluindo comércio ambulante e itinerante. Antes, a prestação de serviço nas praias e na orla marítima podia funcionar até às 17 h. As medidas valem a partir das 00 h do sábado, 20.

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 19, Paes chamou de “maluquice” o ato de abrir hospitais de campanha em uma cidade com tantos leitos disponíveis como o Rio de Janeiro. “Temos, neste momento, na rede federal cerca de 300 a 350 leitos que poderiam ser abertos. Aqui já fica o apelo ao ministro da Saúde, [Eduardo] Pazuello e [Marcelo] Queiroga, para que a rede federal possa abrir e colocar em regulação os leitos federais existentes no Rio de Janeiro. Ninguém precisa fazer hospital de campanha. Isso sempre foi desnecessário na cidade.” Na próxima segunda, 22, o centro de contingência vai se reunir e medidas mais restritivas devem ser anunciadas.

A entrada de ônibus e demais veículos e fretamento, exceto os que prestam serviços regulares para funcionários de empresas e hotéis, também está proibida caso o passageiro não comprove reserva de hospedagem. Também não está permitido o estacionamento de veículos automotores em toda a orla marítima — exceto para os moradores, idosos, portadores de necessidades especiais, hóspedes de hotéis e táxis. O lazer também não pode mais acontecer nas pistas de rolamento das avenidas Delfim Moreira, Vieira Souto e Atlântica e de ambos os sentidos das pistas de rolamento do Aterro do Flamengo. As vias, no entanto, estarão abertas normalmente.

Na quinta-feira, 18, a possiblidade de lockdown na cidade do Rio de Janeiro era discutida pelas autoridades cariocas e fluminenses. Nas últimas horas houve conversas entre o prefeito da cidade, Eduardo Paes, e o governador Claudio Castro. A ideia brotou do prefeito, que quer que o Estado adote medidas semelhantes para que elas surtam efeito efetivo. É o momento de recorde nas internações nas UTIs, taxa de ocupação batendo quase o limite e uma espécie de terceira onda da pandemia se formando. Uma decisão já foi tomada: em abril, Paes pretende antecipar os feriados para, de certa forma, tentar minimizar os efeitos negativos da nova onda da pandemia da Covid-19.

Para especialistas como o infectologista Roberto Medronho, medidas rígidas precisam ser tomadas rapidamente. “Nós precisamos, urgentemente, que as autoridades de saúde deste país façam o seu dever. Ouçam a ciência efetivamente, decretem as medidas que são fundamentais para salvar vidas.” Paralelamente, na Câmara municipal, o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, apresentou um projeto de lei que criar obstáculos para um eventual decreto de lockdown na cidade. Em meio a discussão, a Prefeitura do Rio divulgou um novo calendário de imunização. As pessoas com 70 anos ou mais serão vacinadas até o começo de abril.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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