Prefeitura do Rio fecha praias e proíbe lazer em vias importantes da cidade
Decreto vale a partir da 0h deste sábado, 20; Paes chamou de ‘maluquice’ o ato de abrir hospitais de campanha em uma cidade com tantos leitos disponíveis como o Rio de Janeiro
Novas medidas de contenção do coronavírus foram decretadas pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, nesta sexta-feira, 19. De acordo com publicação no Diário Oficial do município, as medidas são acrescentadas à decisão do mandatário do dia 10 de março em virtude do avanço da Covid-19. Entre as novidades, está a proibição da permanência nas areias das praias em qualquer horário, incluindo para a prática de esportes, banho de mar e qualquer atividade econômica — incluindo comércio ambulante e itinerante. Antes, a prestação de serviço nas praias e na orla marítima podia funcionar até às 17 h. As medidas valem a partir das 00 h do sábado, 20.
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 19, Paes chamou de “maluquice” o ato de abrir hospitais de campanha em uma cidade com tantos leitos disponíveis como o Rio de Janeiro. “Temos, neste momento, na rede federal cerca de 300 a 350 leitos que poderiam ser abertos. Aqui já fica o apelo ao ministro da Saúde, [Eduardo] Pazuello e [Marcelo] Queiroga, para que a rede federal possa abrir e colocar em regulação os leitos federais existentes no Rio de Janeiro. Ninguém precisa fazer hospital de campanha. Isso sempre foi desnecessário na cidade.” Na próxima segunda, 22, o centro de contingência vai se reunir e medidas mais restritivas devem ser anunciadas.
A entrada de ônibus e demais veículos e fretamento, exceto os que prestam serviços regulares para funcionários de empresas e hotéis, também está proibida caso o passageiro não comprove reserva de hospedagem. Também não está permitido o estacionamento de veículos automotores em toda a orla marítima — exceto para os moradores, idosos, portadores de necessidades especiais, hóspedes de hotéis e táxis. O lazer também não pode mais acontecer nas pistas de rolamento das avenidas Delfim Moreira, Vieira Souto e Atlântica e de ambos os sentidos das pistas de rolamento do Aterro do Flamengo. As vias, no entanto, estarão abertas normalmente.
Na quinta-feira, 18, a possiblidade de lockdown na cidade do Rio de Janeiro era discutida pelas autoridades cariocas e fluminenses. Nas últimas horas houve conversas entre o prefeito da cidade, Eduardo Paes, e o governador Claudio Castro. A ideia brotou do prefeito, que quer que o Estado adote medidas semelhantes para que elas surtam efeito efetivo. É o momento de recorde nas internações nas UTIs, taxa de ocupação batendo quase o limite e uma espécie de terceira onda da pandemia se formando. Uma decisão já foi tomada: em abril, Paes pretende antecipar os feriados para, de certa forma, tentar minimizar os efeitos negativos da nova onda da pandemia da Covid-19.
Para especialistas como o infectologista Roberto Medronho, medidas rígidas precisam ser tomadas rapidamente. “Nós precisamos, urgentemente, que as autoridades de saúde deste país façam o seu dever. Ouçam a ciência efetivamente, decretem as medidas que são fundamentais para salvar vidas.” Paralelamente, na Câmara municipal, o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, apresentou um projeto de lei que criar obstáculos para um eventual decreto de lockdown na cidade. Em meio a discussão, a Prefeitura do Rio divulgou um novo calendário de imunização. As pessoas com 70 anos ou mais serão vacinadas até o começo de abril.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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