Eli Corrêa condena fake news e rejeita regulamentação da mídia: ‘Retrocesso’

Em entrevista ao Jornal da Manhã, vereador defendeu que notícias falsas sejam criminalizadas, mas apenas após a prática ser comprovada

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2021 10h35 - Atualizado em 23/08/2021 19h34
Reprodução/Facebook/Eli Corrêa Eli Corrêia no plenário da Câmara Municipal de São Paulo O vereador e radialista Eli Corrêa concedeu entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan

O vereador Eli Corrêa (DEM-SP) criticou nesta segunda-feira, 23, as falas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre uma possível regulamentação da comunicação no Brasil. O Partido dos Trabalhadores (PT) publicou, nas redes sociais, uma fala do petista, em que ele afirma que “é preciso atualizar a regulamentação da comunicação nesse país”. Em viagem pelo Nordeste, Lula disse que é necessário retomar a discussão. “É preciso atualizar a regulamentação do sistema de comunicação do país. O dono do jornal tem o direito de ter um editorial, mas na informação ele não pode ideologizar. A informação é o que aconteceu e vamos ter que discutir isso”, sugeriu. Em entrevista ao Jornal da Manhã, o parlamentar rejeitou qualquer mudança na comunicação brasileira. “Me sinto totalmente incomodado e rejeito, sob todos os pontos de vista, qualquer tipo de interferência, de regulamentação, onde possa ser cerceada a nossa liberdade de jornalistas, radialistas e que nós sejamos ‘manipulados’ ou ‘conduzidos’. Que nós tenhamos a nossa opinião, que possamos discutir o que realmente se queira discutir na imprensa de modo geral”, afirmou.

Eli Corrêa, assim como o ministro das Comunicações, Fábio Faria, defendeu que qualquer regulamentação dos meios de comunicação seria um “retrocesso”. “Faço minhas, as palavras do ministro. Se aceitarmos algo parecido, é um retrocesso que não podemos admitir”. Sobre as fake news, o vereador concorda que a prática deve ser criminalizada, mas apenas após ser comprovado o delito. “Claro que toda notícia falsa deve ser combatida e criminalizada. Nós sabemos perfeitamente os efeitos que isso causa. Agora, precisamos ter alguma calma para que a gente não criminalize tudo que se fala e tudo que se ouve. É preciso que haja uma investigação e que, uma vez comprovando o delito, que haja punição. Eu sou realmente a favor de que fake news sejam combatidas, mas, antes que isso aconteça, precisamos ter a perfeita noção de que não estamos cerceando a liberdade de quem está falando”, justificou o parlamentar.

Eli ainda comentou a a operação da Polícia Federal (PF) contra o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ). Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e atenderam a pedido da PGR. “Claro que o Sérgio, ele mesmo reconhece, extrapolou um pouco quando disse que ‘arrebenta’ e que não aceita isso ou aquilo, mas acho que foi uma tomada de atitude do ministros muito rígida frente a uma pessoa que apenas emitiu a sua opinião”, avaliou. “Eu creio que esse é um caminho que devemos ter bastante cuidado, onde não só o Supremo Tribunal, mas o poder Legislativo e Executivo têm que ter confiança”, finalizou o vereador.

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