Em crítica às restrições, Bolsonaro diz que não é responsável por alta no desemprego
Presidente afirmou que o governo federal não determinou medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia; por isso, acredita que não pode ser responsabilizado pelo aumento das demissões
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta terça-feira, 18, as medidas de isolamento social recomendadas inclusive pelo Ministério da Saúde para diminuir o número de mortos pela Covid-19. Ele afirmou que, como o governo federal não determinou nenhuma medida restritiva para conter o avanço da pandemia, ele não pode ser responsabilizado pelo aumento do número de desempregados no país. “Não fechei nada no Brasil, zero. Não tirei emprego de uma pessoa no Brasil”, disse em conversa com apoiadores. O presidente também voltou a agradecer aos representantes do agronegócio, que participaram de manifestação favorável ao governo no último sábado, na Esplanada dos Ministérios. O ato de apoio ao governo federal aconteceu em um momento em que especialistas dizem que o distanciamento é crucial para conter o avanço do coronavírus. Na avaliação do vice-presidente da república, general Hamilton Mourão, o fato de a aglomeração ocorrer ao ar livre diminui os riscos de contaminação. Ele reconhece, no entanto, que isso não torna a manifestação um ambiente completamente seguro.
“Ao ar livre não é tão perigoso. Agora, tenho já comentado inúmeras vezes, quando o pessoal promove festas em locais fechados aí há um risco bem maior do que gente ao ar livre. Tem risco? Tem, mas é bem menor que em um ambiente fechado”, afirmou. O vice-presidente também comentou um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que tem se destacado pelas projeções certeiras desde o início da pandemia e indica que o Brasil poderá chegar à marca de 751 mil mortes por Covid-19 até 27 de agosto. Para chegar a esses números, os americanos consideraram um cenário onde 95% da população faria uso adequado de máscaras, mas, para o general Hamilton Mourão, é preciso entender as bases do estudo, considerado por ele ‘meio catastrófico’.
*Com informações do repórter Antônio Maldonado
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