Em processo de estudo, ButanVac poderá imunizar contra a Covid-19 e a gripe

Instituto Butantan está em fase inicial de pesquisa para criar um imunizante que seja capaz de proteger contra a gripe e o coronavírus ao mesmo tempo

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2021 09h11 - Atualizado em 15/06/2021 10h36
VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO Caixas da vacina ButanVac são empilhadas Estudo visa combinar a ButanVac com uma vacina tetravalente

O Instituto Butantan confirmou que está em fase inicial de pesquisa para criar uma vacina que seja capaz de proteger contra a gripe e o coronavírus ao mesmo tempo. De acordo com a assessoria do instituto, seria uma associação da ButanVac com uma vacina tetravalente contra a gripe. O estudo está em fase experimentação laboratorial. Mas, na segunda-feira, 14, o diretor do Butantan, Dimas Covas, falou sobre o assunto em um encontro da Associação Comercial de São Paulo. “Existe a possibilidade de que o coronavírus funcione da mesma maneira que o vírus da gripe e que, normalmente, a gente tenha necessidade de ter uma dose de reforço. O Butantan trabalha nessa perspectiva, desenvolvendo uma vacina que já tem os quatro vírus da gripe mais o coronavírus. Já estamos prevendo essa possibilidade”, explica Covas. A ButanVac, desenvolvida pelo Butantan, recentemente recebeu autorização da Anvisa para iniciar os testes em humanos. Já a tetravalente da gripe, que protege contra cepas do vírus influenza H1N1, H3N2, B Victória e D Yamagata, já está em testes em voluntários. São 6.500 pessoas que participam do estudo em seis estados.

Hoje, a vacina disponibilizada pelo SUS e produzida pelo Instituto Butantan é trivalente e protege contra três diferentes cepas do vírus de influenza. A vacina tetravalente da gripe só é ofertada pela rede particular. O infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, alerta que ainda não se sabe se o coronavírus precisará de uma vacina anual, nem se, no caso de uma combinação de vacinas, uma irá interferir na resposta da outra. Mas acredita que, quanto antes os estudos começarem, melhor. “No caso do coronavírus se tornar uma doença endêmica, circulando mais no inverno, com a sazonalidade definida, acompanhando essa da gripe e com necessidade de vacinação anual, se todas essas condições forem satisfeitas, seria muito desejável que nós tivéssemos uma vacina combinada. Facilitaria a logística, facilitaria as campanhas. Mas ainda existem muitas incertezas”, explica. O Governador de São Paulo, João Doria, disse nesta segunda-feira, 14, que cada dose da Butanvac vai custar cerca de R$ 10. “Nós vamos, evidentemente, disponibilizar a vacina para o PNI se o Ministério da Saúde assim o desejar. Se não desejar, São Paulo vau utilizar na sua própria vacinação e vai exportar a vacina também. Nós já temos seis países da América Latina e já solicitaram ao Butantan, tão logo tenhamos a aprovação da vacina pela Anvisa, a aquisição, com vista ao novo processo de vacinal do ano que vem”, disse. Durante o encontro na Associação de São Paulo, Dimas Covas também falou sobre o cenário da vacinação no país.

*Com informações da repórter Carolina Abelin 

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