Novos estudos apontam ineficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19
Associação Médica Brasileira aponta que o medicamento não diminui as chances de ter a doença e também não contribui para o combate à infecção pelo coronavírus
A Associação Médica Brasileira (AMB) voltou a afirmar, nesta segunda-feira, 14, que o uso de hidroxicloroquina na profilaxia ou no tratamento de pacientes com quadro leve de Covid-19 não é recomendado. A entidade analisou nove trabalhos científicos a respeito do uso do medicamento e chegou a conclusão que ele não ajuda a combater a doença. A análise faz parte do Projeto Diretrizes, que visa combinar informações da área médica para padronizar as condutas, auxiliando o raciocínio e a tomada de decisões na linha de frente do combate à doença. Segundo o estudo, o uso da hidroxicloroquina em pessoas que não estão infectadas pelo coronavírus não diminui as chances de adoecer.
O coordenador da análise, Wanderley Marques, reforça que o risco de efeitos colaterais aumenta em pacientes saudáveis. “Os efeitos adversos não graves são principalmente cefaleia, náuseas, diarreia, fadiga, alergia, alterações cutâneas. Então esses eventos aumentaram em 12% no grupo da profilaxia usando a cloroquina. O número necessário de dano é de 9. Então de cada 9 pacientes que usam cloroquina tem o aumento do risco de apresentar algum efeito adverso não grave”, afirmou. No caso dos infectados com quadro leve da doença, os resultados são semelhantes. Esses pacientes têm as mesmas chances de serem hospitalizados, sofrer alguma reação adversa ou evoluir a óbito quanto os que não usaram o medicamento.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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