Em nota, Conselho Federal de Medicina repudia tratamento dado a médicas na CPI da Covid-19

Órgão publicou comunicado nesta quarta-feira, 2, em defesa de Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro, que foram interrompidas por senadores

  • Por Jovem Pan
  • 03/06/2021 12h55 - Atualizado em 03/06/2021 13h01
Jefferson Rudy/Agência Senado Médica depõe na CPI da Covid-19 Médica Nise Yamaguchi foi uma das que falou na CPI da Covid-19

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta quarta-feira, 2, uma moção de repúdio à forma como médicos têm sido tratados durante depoimentos na CPI da Covid-19 no Senado. Em nota, o coletivo manifesta “indignação” pelas “manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes e convidados médicos”. Segundo a entidade, “ao comparecer na CPI da pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos direitos constitucionais, não sendo aceitáveis ataques à honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias”. O presidente do conselho federal de medicina, Mauro Ribeiro, classificou como inadmissível a forma com que as médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi foram tratadas. “Infelizmente, o que nós temos visto nesta CPI da Covid é inaceitável, é intolerável. Principalmente quando nós vemos médicas, como no caso da doutora Nise e da doutora Mayra, que estiveram lá recentemente, sendo totalmente destratadas por alguns senadores”, pontuou.

Ribeiro ressaltou que as falas das médicas não representam o pensamento do Conselho e disse que elas respondem apenas pelos próprios posicionamentos. O presidente do CFM ainda se dirigiu diretamente ao senador e médico Otto Alencar, reprimindo a conduta dele com Nise Yamagushi. “Particularmente, o comportamento do médico e senador Otto Alencar foi inconcebível, foi inaceitável, com aquilo que fez com a doutora Nise Yamaguchi. É inaceitável, doutor Otto. O senhor é um médico e deveria refletir sobre aquilo que você fez. A deslealdade que o senhor teve com uma médica mulher”, disse. O presidente do CFM vai enviar um ofício ao presidente do senado, Rodrigo Pacheco, pedindo que sejam tomadas medidas contra o que chamou de “ambiente tóxico” da CPI. Mauro Ribeiro afirmou esperar que o CFM seja convocado o quanto antes para falar à comissão.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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