Empresários apostam em ampliação do comércio com governo de Biden

Para os especialistas, a demora do governo brasileiro para reconhecer a vitória democrata não deve interferir nos negócios

  • Por Jovem Pan
  • 11/01/2021 10h18 - Atualizado em 11/01/2021 10h22
  • BlueSky
Reprodução/Twitter/JoeBiden Durante a campanha, o democrata fez duras críticas à política ambiental do Brasil

Mesmo com a demora do governo brasileiro em reconhecer a legitimidade da eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, autoridades governamentais e especialistas preveem que a posição presidencial não irá abalar os laços entre os países. A avaliação é que o alinhamento com os americanos pela proximidade do presidente Jair Bolsonaro com Donald Trump, não foi suficiente para favorecer a balança comercial brasileira. O déficit registrado em novembro do ano passado ficou em 68,1 bilhões de dólares. Em 2020, as exportações para o país caíram em 27,2%. Agora, a análise é que alguns desafios virão pela frente a partir de 20 de janeiro com a posse de Joe Biden. Durante a campanha, o democrata fez duras críticas à política ambiental do Brasil. Além disto será necessário o enfrentar as barreiras protecionistas.

Mesmo assim, a Ceo da Amcham, Câmara Americana de Comércio, Deborah Vieitas indica que a relação pode ser ampliada, apesar da competitividade entre as nações, especialmente no agronegócio. “Brasil e Estados Unidos são as duas maiores potências agrícolas do planeta. Então é natural que tenhamos áreas de competição neste universo. Isso gera o que chamamos de ‘irritantes comerciais’, que são temas como etanol, açúcar e outros, que acabam criando frisão entre os dois países. Isso não vai desaparecer, mas pode ser considerado não um ângulo exclusivo de cada produto, mas do conjunto da relação comercial. E é isso que esperamos que aconteça no governo Biden.”

A questão ambiental é um ponto de incomodo no elo bilateral. O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster já foi acreditado pelo presidente eleito, Joe Biden. O diplomata diz que este problema será sanado com transparência. “Temos muito a fazer nessa agenda de cooperação econômica, espero que isso possa avançar. Vamos tirar esse bicho papão do meio ambiente da sala, vamos conversar como países amigos com objetivo comuns de cooperar no que se pode cooperar”, afirma. Para o secretário de Relações Internacionais de São Paulo, são inúmeros os setores com potencial de crescimento e projeta aumento no trânsito de brasileiros e americanos após a vacinação contra a Covid-19. Julio Serson ressalta que o setor do turismo que está com a demanda reprimida devido a pandemia, terá um crescimento ainda mais robusto.

“O Brasil é muito forte, São Paulo especificamente, na exportação de produtos manufaturados para os Estados Unidos. Partes de avião, a Embraer que é presente no Estado de São Paulo exporta muito, nós temos também a questão de bebidas, materiais elétricos. A indústria brasileira é muito aceita nos Estados Unidos”, afrima. A expectativa dos brasileiros também está bastante acentuada sobre o fim da exigência de visto para os Estados Unidos. Entretanto, poucos acreditam que esta liberação possa ocorrer em um curto prazo, ou ainda na gestão Biden.

*Com informações do repórter Daniel Lian

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.