Endividamento afeta 12% dos jovens de até 25 anos no Brasil, diz Serasa
Especialista cita riscos dos ‘gastos invisíveis’ e explica como a organização pode ajudar no controle financeiro; dados apontam 62 milhões de brasileiros inadimplentes em março deste ano
Controlar os gastos nem sempre foi uma tarefa fácil para Kamila Fernandes. Aos 23 anos, a consultora de negócios conta que só começou a se organizar melhor quando descobriu uma gravidez, há dois anos. Desde então, ela tem se esforçado para entender suas finanças e poupar dinheiro. “Busquei na internet uma planilha de Excel de controle financeiro, para controle de gastos, isso me ajudou muito. Consegui ver, acompanhar, gastar o que era de extrema importância do mês, como as compras do mês. Uma compra no shopping eu via onde estava gastando mais, onde estava gastando menos e por isso consegui fazer boas mudanças”, relata. O caso de Kamila não é exceção. De acordo com dados do Serasa, dos 62 milhões de brasileiros inadimplentes contabilizados em março de 2021, 12% são jovens de até 25 anos. O gerente de Controladoria de uma plataforma de serviços financeiros, Felipe Chanes, explica que o ideal é que essas pessoas tenham acesso a educação financeira desde cedo, ainda na escola.
Mesmo assim, Felipe Chanes afirma que nunca é tarde para aprender: o ideal é começar a colocar os ganhos e gastos no papel. “Quando você olha quis são as suas despesas e quanto você gana, você consegue se programas de alguma forma para adaptar desses gastos aos seus ganhos. Ou seja, aqui estou gastando demais e não queria, então preciso me adaptar, me ambientar com uma nova realidade. Meu emprego, minha renda mudou, em emprego mudou de alguma forma, meus objetivos mudaram. Tenho a pretensão de fazer uma faculdade ou um curso e, hoje, meu orçamento está todo tomado. Então o que preciso fazer para realizar esse sonho.” O especialista lembra ainda, a importância de controlar os gastos chamados ‘invisíveis’, como o dinheiro investido em aplicativos de streaming, de comida e de transporte. Segundo ele, como normalmente são pagos direto no cartão de crédito, esse tipo de dinheiro acaba indo embora mais rapidamente e com menor controle.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini
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