Endividamento cresce e atinge quase 80% das famílias, aponta CNC

Em um ano, o avanço do número de dívidas dos brasileiros foi de 5,3%, o que representa um recorde negativo

  • Por Jovem Pan
  • 11/10/2022 10h54
USP Imagens A parcela de famílias endividadas, no Brasil, aumentou durante a pandemia do coronavírus Programa vai beneficiar cerca de 26 mil devedores que estão com dívidas ativas com o município

Atualmente, 79,3% das famílias brasileiras estão endividadas, de acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC). A alta foi de 0,3% de agosto para setembro. Em um ano, o avanço foi de 5,3%, o que representa um recorde negativo, como explica a economista da CNC, Izis Ferreira: “A alta na proporção de famílias com contas ou dívidas atrasadas está crescendo e acelerando. Isso mostra que, mesmo com condições melhores de renda disponível, as famílias encontram dificuldades para pagarem seus compromissos dentro do mês. Principalmente porque o nível de endividamento está muito alto. As famílias possuem hoje mais de um tipo de dívida dentro do seu orçamento e isso naturalmente dificulta a gestão do orçamento, especialmente entre as famílias de renda média e baixa no Brasil”. A situação é ainda mais complicada para famílias de baixa renda, nos lares que se sustentam com menos de dez salários mínimos o endividamento superou os 80%. De acordo com a CNC, é possível observar uma melhora gradual no mercado de trabalho, mas a questão é de que o salário não acompanha a inflação. A pesquisa listou a chamada “bola de neve” financeira das famílias endividadas, com a lista das principais dívidas que são: cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestações de carro e de casa. A inadimplência aumentou entorno de 30%, o que significa que as famílias deixaram de quitar os boletos bancários. Isso se deve pelo aumento do custo do consumo familiar, com juros mais altos. De acordo com o indicador de dívidas atrasadas, o ritmo foi alto em 12 meses, com o crescimento de 4,5% de novas dívidas, a maior taxa anual desde março de 2016.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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