Envolvidos na morte de congolês já tinham passagem pela polícia
Embaixada do Congo no Brasil, Human Rights Watch e a Anistia Internacional cobram celeridade das autoridades brasileiras no caso
Dois dos três envolvidos na morte do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos de idade, já tinham passagens pela polícia. É o que revelam fontes da Jovem Pan. O homem que aparece nas imagens dando pauladas no africano quando ele já estava deitado no chão, Alisson Oliveira, tem uma longa ficha com crimes como sequestro, extorsão, porte ilegal de armas e corrupção de menores. Outro preso, Fábio Pirineus, conhecido como Belo, tem passagens por agressão à ex-mulher e não pagamento de pensão alimentícia. Somente um dos três presos, Brendon Silva, não tinha ficha criminal. Os três homens foram presos na última terça-feira, 1º de fevereiro, e transferidos para o sistema carcerário do Estado do Rio de Janeiro na última quarta, 2.
Parentes de Moïse foram ouvidos pela polícia do Rio. Eles cobram respostas rápidas na investigação e querem justiça. Outras pessoas que assistiram as agressões e não impediram a morte de Moïse também estão sendo procuradas pela polícia para serem interrogadas. Os advogados da família dizem que há uma certa tentativa de desqualificação da gravidade do crime, já que algumas pessoas envolvidas no caso alegaram que Moïse tinha problema com bebidas alcoólicas e que estaria alcoolizado na noite em que foi assassinado.
Depois de quase dez dias do crime, o governador Cláudio Castro (PL) falou pela primeira vez sobre a morte do congolês: “Que mostra um pouco como a vida tem perdido o valor. Uma briga de barraqueiro, uma briga aparentemente sem o motivo relevante, ou seja, motivo fútil, tira uma vida. Uma briga sem nexo algum leva a ceifarmos uma vida, uma vida cheia de possibilidades. Isso é realmente algo que nos entristece como ser humano”. O governo do Estado do Rio de Janeiro disse que está prestando assistência à família do africano, porém não está previsto nenhum auxílio excepcional. A Embaixada do Congo no Brasil, Human Rights Watch e a Anistia Internacional cobram celeridade das autoridades brasileiras nesse caso que ganhou repercussão internacional.
*Com informações da repórter Rodrigo Viga
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