‘Estão querendo exterminar a Lava Jato’, aponta senador Lasier Martins

Para o senador, é necessário combater o “aparelhamento do Supremo” que estaria na “contramão de tudo que se deseja de uma Suprema Corte”

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2020 08h57 - Atualizado em 07/08/2020 09h04
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Jefferson Rudy/Agência Senado Lasier Martins Na visão do senador, após a decisão do Supremo de excluir a delação de Antônio Palocci de ação contra Lula, só "falta querer condenar o Sergio Moro"

“Estão querendo exterminar a Lava Jato”, afirma o senador Lasier Martins (Podemos-RS). Membro do grupo “Muda Senado”, o parlamentar defende a necessidade de apoio da população e dos senadores para a proteção da força-tarefa. Segundo ele, os 17 membros do grupo estão “tentando ajudar a salvar” a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que, na visão do senador, estaria ameaçada. “Decidimos tomar algumas providências, como produção de um manifesto entre à imprensa repudiando essas ações percebidas, como decisões inéditas durante o recesso do Supremo, decisões do STF, o comportamento do procurador-geral Augusto Aras e de alguns comunicadores. É uma trama, uma preparação para desgastar, por exemplo, o chefe da operação, Deltan Dallagnol. Se quer punir e até expulsar aquele que foi o símbolo da força tarefa contra corrupção em Curitiba”, afirma.

Na visão do senador, após a decisão do Supremo de excluir a delação de Antônio Palocci de ação contra Lula, só “falta querer condenar o Sergio Moro” e, ao mesmo tempo, “colocar na presidência da República aquele que foi o grande autor da roubalheira no Brasil”, se referindo ao ex-presidente.”É assustador isso que estamos vendo. Se retira depoimento do Palocci, alivia situação do Lula e daqui a pouco o Lula é o novo candidato à presidência, apesar que tudo que fez, desviou e comandou nesse Brasil. É hora da sociedade se manifestar”, ressalta o senador. A decisão do ministro Gilmar Mendes em não considerar a delação de Palocci se baseia em uma possível ação política do então juiz Sergio Moro. “As circunstâncias que permeiam a juntada do acordo de colaboração de Antonio Palocci no sexto dia anterior à realização do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 não deixam dúvidas de que o ato judicial encontra-se acoimado de grave e irreparável ilicitude”, afirma decisão.

Para Lasier Martins, no entanto, o necessário é combater o “aparelhamento do Supremo”, que estaria representando o oposto do desejado e beneficiando políticos. O senador reafirmou ainda a falta de diálogo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. “Nós temos o Supremo na contramão de tudo que se deseja de uma Suprema Corte. Atualmente, o Alcolumbre tem sido uma decepção, ele não muda nada, ele arquiva todos os pedidos de impeachment [contra ministros] e descumpre a Constituição. O presidente tem a obrigação de submeter esses pedidos para a mesa do Senado. Mas, mesmo sendo membro da mesa, não há oportunidade para se discutir nada. Lamentavelmente, o Muda Senado é minoria, éramos em 25 senadores e somos em 17 agora, mas vamos lutar para reagir ao que está acontecendo ao Brasil para não voltar à velha política, à corrupção, desvios, manutenção das desigualdades e pobreza que o país vive a muito tempo”, finaliza.

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