Evento em São Paulo celebra 100 anos do rádio no Brasil neste 7 de setembro
Jovem Pan, que completa 80 anos, foi homenageada no encontro com a medalha ‘Mais 100 anos’
A primeira transmissão de rádio no país ocorreu em 7 de setembro de 1922 no Rio de Janeiro para marcar o centenário da independência do Brasil. A Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo realizou um evento na noite da última terça-feira, 6, com premiações para marcar a data. Comemorando seus 80 anos, a Jovem Pan foi uma das homenageadas da celebração, com o prêmio “Mais 100 anos”. O vice-presidente da área de negócios da Jovem Pan, Zeca Viana, recebeu a premiação no Museu da Imagem e do Som nesta terça-feira, 6. “A Jovem Pan chega jovem, sempre renovada e com muitas soluções aos nossos clientes. Hoje, a Jovem Pan possui um ecossistema completo de digital, de rádio e também de TV, que entrega para os nossos clientes as melhores soluções”, afirma. O presidente da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, Rodrigo Viana, avalia as transformações do meio ao longo deste período. “Quando veio a internet, o rádio estava pronto para tirar o melhor da internet e transformar áudio em vídeo, como é o caso do Jovem Pan, mas também por ser o maior provedor de áudio, e mais importante provedor de áudio, que nós temos”, diz Viana.
O apresentador Ratinho, do grupo Massa, participou do evento e exaltou sua paixão pelo Rádio: “Meu pai escutava a Rádio Nacional de São Paulo, eu tinha meus cinco, seis anos de idade, me lembro bem, mas escutava meu pai com Edgar de Souza, que era um locutor que ele gostava, toda noite ligava o rádio. Então, me apaixonei pelo rádio a partir daquele momento. Sou radialista desde os meus 17 anos e nunca deixei o rádio, mesmo depois vindo para a televisão, eu nunca deixei o rádio. Ou fui comprando, adquirindo, emissoras de rádio, porque era o meu sonho, que eu acho que eu vou morrer em rádio. Rádio é uma companhia, rádio é amigo, rádio é uma delícia. Então o rádio não é profissão, rádio é paixão. Eu não conheço ninguém que trabalhou em rádio que deixou de trabalhar”.
O direto do Ministério das Comunicações William Zambelli promete reduzir as regulações ao setor: “Desburocratizando o setor, porque a gente entende que a nossa visão não é trazer regulamentações para outras plataformas, como as advindas da internet e tudo mais, mas sim tirar uma bola de ferro que tem no pé da radiofusão brasileira para que a gente possa, de fato, aumentar, capilarizar, mais esse serviço, que para nós, no ministério, o rádio não é só música. O rádio é música, o rádio é informação, credibilidade, o rádio é entretenimento, o rádio é magia, o rádio é alegria na casa da população”. O presidente do grupo Bandeirantes João Carlos Saad criticou a medição da audiência e a regulamentação do setor. “É uma indústria que está subavaliada. Os seus instrumentos de medida estão completamente furados, a audiência está furada, hoje o sujeito escuta rádio no celular, em tudo quanto é lugar e nada disso conta. Nós temos uma legislação de mais de 70 anos. É um dinossauro, a nossa legislação, velha, caquética”, ponderou.
O diretor de jornalismo da CBN, Pedro Dias Leite, reforça a abrangência do rádio num país continental como o Brasil. “Falando em jornalismo de rádio, a gente participou de pouco mais de 30 dos últimos 100 anos e pretendemos estar presentes nos próximos 30, 60, 90 e 100 anos do rádio. O rádio é um meio que está presente na casa, no carro e no celular de todos os brasileiros, muito próximo. A gente tem se reinventado, o conteúdo, a informação, o serviço, a companhia continuam os mesmos, mas o meio pelo qual a gente chega aos nossos ouvintes tem se transformado”, pontua. O coordenador de rádio da SET, Eduardo Cappia, analisa a migração digital: “Desde a geração dos conteúdos, todos em digital, as plataformas de áudio e vídeo, e os modelos de rádio digital que existem no mundo, como DRM, como HD Radio e o TAP são opções de mercado. Então o mercado pode decidir a qualquer uma iniciativa própria de mercado fazer uma implantação do rádio digital. Mas sempre o mercado que decide. Lembra que a gente tem um algoz, que é o usuário, o usuário que decide o nosso destino”.
O gerente da Anatel São Paulo, Marcelo Scacabarozi, destaca o companheirismo do veículo. “O rádio é imaginação, é notícia, entretenimento e ele se complementa com outros afazeres. É isso que a gente percebe no rádio. Então a gente consegue ter um rádio como um complemento do nosso dia a dia, seja no trânsito, em casa, no lazer, a música, o entretenimento, a notícia estão sempre conosco”, diz. O diretor das rádios 89, Alpha e Disney, José Ernesto Freitas de Camargo, foi um dos principais articuladores do encontro em São Paulo.”O rádio faz parte da comunidade, da cidade, é o maior catalisador da sociedade brasileira, ele está em todo lugar, em todo mundo, ele é multiplataforma, você escuta o rádio de diversas formas, diversas maneiras, ele é uma companhia superagradável, ele tem credibilidade, ele ajuda, ele informa, ele é o maior influencer do mundo, ele fala sobre tudo”, defendeu. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aproveitou a ocasião para anunciar uma homenagem ao rádio na região da Avenida Paulista, nomeando uma área de “bulevard do rádio”.
A celebração dos 100 anos de rádio também contou com a presença do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB): “Celebrar a liberdade, celebrar a independência que esse veículo de comunicação nos dá. Veículo que leva mais rapidamente a notícia a todos e leva a notícia que interessa a todo mundo, porque ela é particularizada, ela é detalhada no seu território, muitas vezes a gente ouve ali no rádio aquilo que é do nosso cotidiano”. O presidente do conselho de administração do banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e o direto de sustentabilidade da CCR, Tonico Pereira, foram também homenageados pela AESP pelos investimentos feitos no rádio. A medalha “mais 100 anos” também foi concedida ao secretário estadual de comunicação de São Paulo, Cleber Mata, e ao secretário municipal de comunicação da capital paulista, Marcus Vinícius Sinval.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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