Falta de medicamentos coloca em risco uso de respiradores nas UTIs, diz Francisco Balestrin

Presidente do SindHosp explica como a ausência dos insumos pode causar situações traumáticas para pacientes

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2021 08h48 - Atualizado em 27/03/2021 08h50
EFE/ Mauricio Dueñas Castañeda Profissional da saúde cuida de paciente internado com Covid-19 Além das consequências para o uso dos respiradores, a falta dos medicamentos também deve impactar a intubação dos pacientes

A falta de medicamentos de sedação para pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs) pode dificultar e colocar em risco o uso de respiradores em hospitais. O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), Francisco Balestrin, aponta que a ausência dos remédios pode causar situações complexas e traumáticas. “Quando você coloca o paciente em uma ventilação assistida, o respirador tem que assumir a respiração do paciente. Para que isso aconteça, o paciente precisa estar absolutamente relaxado e deixar que o respirador assuma o controle da sua respiração, para que não haja uma briga entre o ventilador e o pulmão. Ou seja, você precisa estar a vontade. Essas drogas acabam sendo mais complexas, se elas faltarem dificultaria muito esse processo de assistência ventilatória”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

Além das consequências para o uso dos respiradores, a falta dos medicamentos também deve impactar a intubação dos pacientes, procedimento anterior ao uso dos ventiladores. Segundo Balestrin, além de também dificultar o procedimento, a falta do “kit intubação” tornaria o processo quase impossível por ser “muito doloroso” sem os remédios adequados. O presidente do SindHosp também comentou o aumento dos casos da Covid-19, afirmando que a entidade alerta há 45 dias para a significativa alta da doença, o que resulta na maior procura por assistência médica e por mais leitos de UTI. Estudo do sindicato aponta que 1.316 municípios devem sofrer com a escassez dos remédios para intubação nas próximas semanas, enquanto 709 cidades relatam possível falta de oxigênio hospitalar. “Isso cria a situação constrangedora do ponto de vista de não atender pacientes”, disse Francisco Balestrin, que estima um quadro “complexo e difícil” para a saúde no mês de abril.

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