Familiares de vítimas de Paraisópolis se reúnem com oposição de Doria e exigem justiça

  • Por Jovem Pan
  • 12/12/2019 06h54
ESTADÃO CONTEÚDO Todos policiais militares envolvidos na ação foram afastados

Deputados estaduais de oposição ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB) se reuniram, nesta quarta-feira (11), com familiares de uma das vítimas da tragédia de Paraisópolis. O caso aconteceu na semana passada, quando nove jovens morreram em um baile funk após uma operação policial na comunidade da Zona Sul.

Em uma audiência pública, parlamentares do PT e PSOL e familiares pediram pressa nas investigações e criticaram a política de segurança pública do Estado.

No encontro, Maria Cristina Alves, mãe de Denys Henrique Quirino, uma das vítimas de Paraisópolis, interrompeu os discursos para pedir que a imprensa e os políticos acompanhem as apurações das mortes. “Eu vim pedir ajuda, estou aqui tremento de nervoso, de medo, de raiva. É tanto sentimento que sinto quando eu me lembro. Vou deixar claro aqui que nenhuma infraestrutura que o governo oferecer não vai reparar a dor que foi causada aqui dentro do meu coração”, declarou.

O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condep), Dimitri Sales, esteve na reunião e disse que elas estão seguindo normalmente. “Até o presente momento, ao que nos parece, as investigações estão seguindo o rito ordinário, comum. Entendemos que essa investigação é muito importante, porque é administrativa, que poderá ter o primeiro resultado no sentido de atribuir responsabilidade aos policiais envolvidos no caso”, explicou.

Para Danylo Quirino, irmão de Denys Henrique Quirino, o governo de São Paulo fez o mínimo necessário até agora. “A gente pode perceber que o governo do estado está minimamente comprometido com as investigações, né, que foi uma coisa que nós, famílias das vítimas, trouxemos. E os policiais envolvidos na ação deveriam ser afastados das ruas justamente porque a gente tem medo, né, de represálias”, disse.

Todos policiais militares que participaram da ação em Paraisópolis foram afastados dos serviços nas ruas por ordem de Doria, após se reunir com familiares das vítimas.

O 16º Batalhão da PM, que atua em Paraisópolis, é a segunda tropa da Polícia Militar com mais mortes em operações policiais na cidade, segundo dados divulgados pela Ouvidoria das Polícias. O levantamento aponta que ao menos 14 pessoas morreram em ações do 16º Batalhão entre janeiro e novembro deste ano.

Há duas frentes de investigações sobre Paraisópolis: uma na Corregedoria da Polícia Militar, que investiga a ação dos PMs, e outra na Polícia Civil. O Ministério Público também acompanha o caso.

*Com informações do repórter Leonardo Martins

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