Feriado prolongado não melhora taxa de isolamento social em São Paulo

Dados apontam que a capital paulista atingiu 50% de adesão à restrição em apenas dois dias; índice de ocupação das UTIs segue em 90%

  • Por Jovem Pan
  • 06/04/2021 06h25 - Atualizado em 06/04/2021 10h45
Helena Degreas/Jovem Pan Pedestres andam sobre faixa destinada a ciclistas em uma calçada no centro de São Paulo A avaliação da Prefeitura de São Paulo é de diminuição nos deslocamentos, não especificamente durante o feriado prolongado

A segunda-feira, 5, foi o primeiro dia útil na cidade de São Paulo desde 26 de março, quando começou a vigorar o feriado emergencial. Segundo dados do monitoramento inteligente do governo do Estado, nesses 11 dias, apenas em dois a capital paulista alcançou 50% de adesão ao isolamento social, entre eles no último domingo. Fora isso, o índice se manteve praticamente igual ao que vinha sendo registrado antes do feriadão. A avaliação da Prefeitura de São Paulo é de diminuição nos deslocamentos, não especificamente durante o feriado prolongado, mas na Fase Emergencial. Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontam que a média de lentidão no trânsito caiu 87% entre a primeira e a última semana de março. No entanto, segundo o secretário de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, uma desaceleração da pandemia só deve chegar em 15 dias. Enquanto isso, a ocupação de leitos de terapia intensiva segue alta, com índice de 90%.

Outra cidade que antecipou feriados e, ao mesmo tempo, restringiu mais os serviços essenciais foi Santo André, no ABC Paulista. O prefeito Paulo Serra (PSDB) disse que já observa relação entre as medidas e o início de queda nas internações. “Chegamos muito próximo dos 100%, coisa que a gente nunca tinha vivido. E a partir do dia 27, com essas medidas de restrição já surtindo efeito, a gente já vê uma redução na quantidade de internados e no índice de ocupação, que hoje está em 88% com 890 internados”, afirmou. No litoral paulista, prefeituras da Baixada Santista encerraram o período de lockdown, que contou com restrições inclusive nos transportes municipais. A avaliação do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista é positiva. Blitz, fiscalizações, fechamento das praias já apontam inicio de queda, mas essa semana é que deve traçar melhor panorama da situação, diz o presidente Condesb e prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB). “Foram mais de 2 mil abordagens na Baixada Santista, veículos retornaram, tivemos multas aplicadas pela Guarda Municipal, foi muito positivo. A gente espera sim resultados na desaceleração, que já existe, mas também em breve uma redução da taxa de ocupação de UTI”, disse. Rogério alerta que as cidades devem sair do lockdown gradualmente. Santos, por exemplo, ainda não terá supermercados com atendimento ao público nos domingos.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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