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Desobrigação de máscaras em ambientes fechados divide especialistas e gestores no Rio

Diante do avanço da imunização, diversas cidades pelo país têm aumentado a flexibilização de regras, porém isso não é um consenso entre médicos e gestores públicos. No Rio de Janeiro, a grande discussão do momento é a desobrigação do uso de máscaras de proteção contra o novo coronavírus em ambientes fechados. Pelo planejamento traçado pela prefeitura da capital fluminense em parceria com o comitê científico, quando 75% da população carioca atingisse a cobertura vacinal completa essa flexibilização já poderia acontecer. Neste momento, 71,5% da população total do Rio de Janeiro já têm duas doses de uma vacina ou dose única da Janssen. A meta de 75% deverá ser alcançada, no máximo, no começo da próxima semana.

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), disse que ainda não decidiu se irá flexibilizar a regra em ambientes fechados quando o objetivo for atingido. “Eu não sei ainda se eu vou acompanhar o comitê científico. Apesar do comitê científico estar mandando, provavelmente a gente deve permanecer com a obrigatoriedade ou fim da multa de utilização de máscara em espaços fechados. Eu, por exemplo, continuo no espaço público e, na maior parte do tempo, no espaço fechado, no meu próprio gabinete, dependendo de quem estou e com quantas pessoas estou, usando a máscara. Essa é uma escolha, ninguém está obrigado a tirar a máscara”, disse o prefeito. Em locais abertos, não é mais obrigatório o uso de máscara de proteção facial na cidade do Rio de Janeiro.

Infectologistas ouvidos pela Jovem Pan também estão divididos quanto a questão da desobrigação de máscaras em ambientes fechados no Rio. A pesquisadora da UFRJ Cristina Barros acha que já dá para flexibilizar a medida, desde que seja um local controlado, com as pessoas com ciclo de imunização completo. “O que está em jogo aqui literalmente é a vida e o cuidado. Por isso que é uma tomada de decisão tão difícil, porque mesmo que possa parecer exagero, a gente sabe, as máscaras salvaram muitas vidas na medida em que foram barreiras importantes para conter a epidemia durante algum tempo, enquanto a vacina não chegou”, alega. Já o infectologista Charbel Cury acredita que a discussão é um pouco precipitada. Para ele, o ideal seria flexibilizar o uso de máscara em ambientes fechados somente quando, pelo menos, 80% da população estivesse com a cobertura vacinal completa. “No momento que a gente tiver a população com duas doses, que é completamente imunizada, ou dose única, e também a gente tiver o calendário de liberações todo, aí sim a gente pode fazer a liberação da máscara conforme todos os protocolos internacionais estão fazendo”, pontuou. A decisão final será tomada pela prefeitura do Rio de Janeiro até a próxima sexta-feira, 12.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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