França e Alemanha impõem quarentena parcial para tentar barrar Covid-19
No Reino Unido, o lockdown nacional parece questão de tempo — ainda que o governo conservador relute
França e Alemanha voltaram a impor quarentenas nacionais para tentar conter o avanço rápido da Covid-19. As duas maiores economias da Europa adotaram medidas duras, mas que ainda são mais flexíveis do que ocorreu no início do ano. O presidente Emmanuel Macron fez um pronunciamento na televisão na quarta-feira (28) anunciando o segundo lockdown. A partir de amanhã os franceses terão que ficar em casa — só poderá sair à rua quem tiver uma justificativa plausível. Também será necessário portar um documento emitido online pelo governo indicando a razão do deslocamento.
Escolas, fábricas e outros ambientes de trabalho essenciais vão permanecer abertos. As medidas valem até o início de dezembro. Macron não escondeu o tom de lamentação, mas justificou a decisão apresentando dados alarmantes. A França teve, apenas na quarta (29), mais de 36 mil novos casos com 244 mortes causadas pelo Covid-19. Segundo o presidente, 58% das UTIs no país já estão ocupadas e o total de mortes poderia chegar a 400 mil se nada fosse feito.
Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel foi ao parlamento anunciar a nova quarentena que entra em vigor a partir de segunda e vai até o final de novembro. As regras por lá serão menos duras, mas bares e restaurantes não poderão mais receber clientes — apenas serviço de entrega. As escolas vão permanecer abertas. Merkel ainda lembrou que, abro aspas, “esta pandemia traz a questão da liberdade para o primeiro plano. A liberdade não é cada um por si, é responsabilidade – por si mesmo, sua família, o local de trabalho. Isso nos mostra que somos parte de um todo.”, fecho aspas.
No Reino Unido, o segundo lockdown nacional também parece questão de tempo — ainda que o governo conservador relute. Na quarta-feira (29) foram registrados quase 25 mil novos casos e 310 mortes causadas pelo Covid-19 em apenas 24 horas. Boris Johnson deixou de seguir as recomendações dos cientistas e médicos do governo e seguiu um caminho político nos últimos meses. Mas os fatos vão acabar se impondo mais uma vez. É só uma questão de tempo.
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