Futuras pandemias devem ser mais letais, diz OMS

Para muitos especialistas, nações não conseguem dar conta nem mesmo da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 29/12/2020 10h54 - Atualizado em 29/12/2020 10h56
EFE/EPA/PETER FOLEY coronavirus-eua Estudos destacam que as novas mutações acontecem com maior frequência quando a transmissão não é controlada

A Organização Mundial da Saúde fez um alerta aos países de que o planeta está despreparado para pandemias futuras, que podem ser mais letais. A entidade diz que é cedo para saber se variantes afetam a vacina contra Covid-19 e que é preciso prevenir o contágio para reduzir a velocidade das mutações. Segundo o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, esta pandemia não foi a “big one” — mas sim um toque de despertador para que invistamos em mais ciência, logística, treinamento e comunicação. Ele acrescentou que “o planeta é frágil, há muita complexidade e conectividade, e temos que trabalhar juntos, pois podem haver pandemias mais severas no futuro”.

Para muitos especialistas, as nações não conseguem dar conta nem mesmo da atual pandemia da Covid-19. A OMS também afirmou que as variantes do coronavírus detectadas no Reino Unido e na África do Sul são diferentes entre si, embora ambas apresentem alterações na estrutura usada pelo vírus para penetrar nas células. Segundo a entidade, ainda não há evidências suficientes sobre impacto delas sobre a pandemia e as vacinas. Estudos destacam que as novas mutações acontecem com maior frequência quando a transmissão não é controlada, por isto a importância de bloquear fronteiras para reduzir o contágio.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, diz que, deste momento, pode-se tirar lições que preparem o mundo para ocorrências semelhantes. “Difícil falar em previsão, se serão mais leves ou mais graves. Mas um dos legados é que o desenvolvimento das vacinas, por exemplo, podem estar mais avançadas. A cooperação entre os países, que nunca se viu antes, também. Podemos tirar lições que nos preparem melhor.” A OMS destacou, ainda, que é preciso fazer uma análise aprofundada do que funcionou ao longo deste ano, para permitir o combate de novos patógenos.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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