Augusto Nunes diz que ‘é preciso manifestar interesse’ sobre a compra de vacinas para a Covid-19
Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 28, que os laboratórios é que deveriam querer vender o imunizante ao Brasil, e não o contrário
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira, 28, que os laboratórios é que deveriam estar interessados nos pedidos de autorização junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e em vender a vacina contra a Covid-19 ao Brasil, e não o contrário. “O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?”, indagou a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF). “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Quem quer vender (que tem)”, emendou. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, o interesse por parte do governo deve, sim, ser manifestado. “Agora não sabemos mais, tem uma hora que cai nas costas do governo, mas providências sobre a Covid foram atribuídas pelo STF aos governadores. Porém, se é o Ministério da Saúde [o responsável pela compra de vacinas], ou um grupo de trabalho… Alguém precisa cuidar disso sim”, disse.
Segundo Augusto, o raciocínio sobre “quem deve procurar quem” e da demanda e da oferta “precisa ser examinado com mais atenção”. “O vendedor tem toda a ingerência do mercado brasileiro, mas essa demanda vai existir, e a oferta pode ser feita primeiro aos países mais desenvolvidos. É evidente que a fila da vacina mostra que os países mais avançados, as grandes economias, estão na frente, porque fizeram encomenda. Tem que ter o interesse do vendedor, e você deve procurar o melhor. Esse mercado [da vacina] é mundial, de 7 bilhões de habitantes, eles [laboratórios] podem perfeitamente esperar pela hora do Brasil e isso não é bom, o interesse deve ser manifestado”, afirmou o comentarista. Augusto comentou, ainda, sobre a afirmação do presidente de que seu gasto com o cartão corporativo seria “zero”. “Acho que a imprensa está desafiada a explicar quais gastos ele fez. Tivemos no passado até ministro comprando tapioca, o Orlando Silva, a Dilma gastou barbaridades com o cartão corporativo. Isso precisa ser tratado com rigor, Bolsonaro fez um desafio, provem que ele está gastando indevidamente o cartão corporativo”, finalizou Augusto.
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