Futuro das contas públicas do Brasil vai depender dos acertos na transição de governo, diz analista

Economista André Perfeito destaca que gestão de Lula não deverá fazer privatizações, mas que precisará caminhar ao centro

  • Por Jovem Pan
  • 07/11/2022 06h51
Reprodução/Youtube/@lula lula na paulista Lula foi eleito novo presidente do Brasil no dia 30 de outubro

O futuro das contas públicas do Brasil vai depender dos feitos acertos feitos neste momento de transição entre governos. O economista André Perfeito ressalta que são esperadas mudanças em pontos estruturais: “O governo vai mudar a orientação de várias políticas. Tem algumas coisas que devem continuar, a questão dos R$ 600 deve-se manter. Tem uma discussão fiscal para ser feita. O que chama mais atenção é entender como o governo do presidente Lula vai encaminhar discussões não só do campo fiscal, mas também Petrobras, como ele vai organizar isso ou não, o uso do BNDES, como vai ser feito ou não o uso do BNDES, e as demais políticas microeconômicas do Brasil”. O economista lembra que Estados Unidos e Europa devem enfrentar recessão em 2023. Em relação ao Brasil, ele avalia que ajustes feitos da economia agora vão garantir algum pequeno crescimento. “No curto prazo, sem dúvida nenhuma, a gente ainda está em um momento de sinal de crescimento. Mas dada uma base ainda frágil, por conta da pandemia, que está subindo, e é verdade, está subindo mesmo, melhorando os indicadores da economia. O Brasil fez alguns ajustes antes dos outros, isso mostrou uma sabedoria da autoridade monetária muito importante, a gente está com uma situação bem diferente do resto do mundo e, por incrível que pareça, por mais que exista receio de recessão nos Estados Unidos, eu não vejo isso [para o Brasil]. Eu acho que, no ano que vem, algum crescimento a gente deve ter, não vai ser muito forte, a verdade é essa, mas algum crescimento a gente deve continuar tendo ao longo do ano que vem”, opina. Perfeito torce para um cenário político em favor das reformas estruturais, como a tributária. Ele ainda destaca que o governo Lula não fará privatizações, mas que precisará caminhar ao centro.

*Com informações do repórter Victor Hugo Salina

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