Garcia diz que Estado vai defender policiais contra acusações de tortura e abuso de autoridade

Em entrevista à Jovem Pan, governador de SP e pré-candidato a mais quatro anos no cargo afirmou que a defensoria pública poderá representar os agentes gratuitamente quando acusados de crimes

  • Por Jovem Pan
  • 20/07/2022 09h08 - Atualizado em 20/07/2022 09h50
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Divulgação/Governo de São Paulo Rodrigo Garcia, governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB), atual governador de São Paulo e pré-candidato a mais quatro anos como chefe do Palácio dos Bandeirantes

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que também é pré-candidato a mais quatro anos no comando do Palácio dos Bandeirantes, afirmou que protege e valoriza o trabalho do policial no Estado. Segundo ele, a partir da última terça-feira, 19, o governo aprovou que a defensoria pública deve defender juridicamente os agentes de segurança pública que forem acusados de cometer crimes como lesão corporal, tortura ou abuso de autoridade durante a ação policial. A afirmação foi dada em entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quarta-feira, 20.

“Assinei um decreto e fechei um convênio do governo do Estado de São Paulo para que a Defensoria Pública possa defender perante a justiça os policiais que, em serviço, possam ter, por exemplo, levado à morte algum bandido, fruto de uma intervenção policial, ações como, por exemplo, lesão corporal, como tortura, como abuso de autoridade. Até ontem, qualquer policial que fosse acusado por alguém de, no exercício da sua função, ter cometido algum tipo de crime, ele tinha que fazer vaquinha com sua família, tinha que buscar uma entidade de classe para pagar o seu advogado para se defender daquilo que ele fez em nome do Estado. Lutamos muito para poder viabilizar essa assistência jurídica aos policiais (…) Isso é uma demonstração muito clara da proteção, da valorização, do trabalho do policial no Estado de São Paulo“, afirmou o governador.

Com o início do período de convenções partidárias, que oficializam as candidaturas, nesta quarta-feira, 20, Garcia também falou sobre as expectativas em torno deste novo momento e disse que vai conciliar as atividades de governador e candidato. Ele também reforçou que ainda não possui um vice definido para sua chapa. “Eu vou conciliar as atividades de governador com as atividades de candidato, fazendo campanha logo pela manhã, à noite e nos finais de semana, porque a minha prioridade continuará sendo governar o nosso Estado de São Paulo. Nós temos muitas ações que estão sendo realizadas no dia a dia do nosso governo e, naturalmente, a prioridade será essa. No dia 30 de julho, nós teremos a convenção do PSDB e dos partidos aliados que compõem a minha coligação. Nós estamos fechando o entendimento com 10 partidos políticos, dos mais variados espectros da política brasileira, e ainda não temos uma definição sobre o candidato a vice governador e o candidato ao Senado. Essa definição se dará nos próximos dias. Nós temos até 5 de agosto para tomar essa decisão”, declarou.

Perguntado sobre a sua confiança no sistema eleitoral e sobre a repercussão da reunião que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez com embaixadores para criticar a segurança das urnas novamente sem provas, Garcia disse lamentar o episódio. “Eu lamento que houve essa reunião. Eu disputei seis eleições com as urnas eletrônicas, fui vencedor, confio nas urnas eletrônicas. Agora, como todo sistema, é fundamental a gente ter transparência, a gente poder auditar esse sistema, que é o que, hoje, o Tribunal Superior Eleitoral mostra para os partidos, para as equipes técnicas dos partidos. Acho que questionar as urnas eletrônicas é um desserviço à democracia brasileira, principalmente questioná-las perante o mundo. Eu, diferente do presidente da República, confio nessas urnas e também acredito que elas dão total transparência para que os partidos auditem os resultados e acompanhem a apuração. E é dessa forma que a gente mantém a democracia brasileira viva”, disse o governador de São Paulo.

Questionado sobre o que o diferencia do pré-candidato ao governo do Republicanos, Tarcísio Gomes de Freitas, com quem aparece empatado nas pesquisas de intenção de votos, Garcia destacou sua experiência e conhecimento de São Paulo, bem como anos de serviço público prestados em favor do Estado. “Eu vou disputar a minha sétima eleição. Eu fui cinco vezes deputado pelo nosso Estado de São Paulo e uma vez candidato a vice-governador. Portanto, estou indo para a minha sétima eleição sempre trabalhando por São Paulo e em São Paulo, ajudando a construir o Estado que nós temos em muitos cargos públicos que ocupei até chegar nesse momento a ser governador do nosso Estado. Eu tenho uma história de vida, uma folha de serviços prestados a São Paulo, que eu quero que a população conheça durante o período eleitoral. Tenho portanto experiência e condições de mostrar as minhas propostas para os próximos quatro anos, com capacidade de execução. Nós vivemos em um país complexo, em um Estado-nação, então, além da vontade e das ideias, o governador tem que ter capacidade de implementá-las. Já fui presidente da Assembleia Legislativa, já fui secretário de Estado mais de quatro vezes. Eu tenho experiência e conhecimento das coisas de São Paulo e, nesse ponto, me diferencio muito dos meus adversários“, disse.

Já sobre a liderança nas pesquisas do pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, Garcia disse acreditar que a única campanha que, hoje, move o eleitor é a presidencial e que somente depois de 15 de agosto, quando as campanhas estiverem legalmente autorizadas, é que ele poderá mostrar para a população de São Paulo que ele representa os ideais e valores que formaram o Estado, seja do interior ou da capital. “A campanha de governador pouco se discute, mas durante a eleição eu tenho convicção que as pessoas vão parar para refletir e escolher um candidato. Eu me apresento como um candidato independente, autônomo, sem padrinho político, a não ser a população de São Paulo e a minha história, que me trouxe até aqui, ao cargo de governador”, declarou. Na mesma linha de raciocínio, Garcia também afirmou que, se for eleito governador, vai dialogar com qualquer presidente escolhido pela população para governar o Brasil pelos próximos quatro anos. “Essa é a obrigação de qualquer governador. Eu quero proteger São Paulo e não deixar que o Estado sirva de projeto político nem para a extrema-esquerda e nem para a extrema-direita“, disse.

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