Governo e iniciativa privada defendem inovação e parcerias por fim de gargalos

Durante pandemia, empresas de logísticas se empenharam em contribuir com o E-commerce e dar alternativa para aqueles que usam os Correios

  • Por Jovem Pan
  • 30/01/2021 07h22 - Atualizado em 02/02/2021 11h38
Alex Silva/Estadão Conteúdo Concessão da Via Dutra à iniciativa privada está entre planos do governo

O Brasil enfrenta desafios logísticos cada vez maiores com o passar do tempo, já que faltam inovações e parcerias entre as empresas e o governo. Para discutir e achar diretrizes de como superar os desafios logísticos de um país continental, representantes do governo e do mercado se reuniram nesta semana. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, 2021 chega com muitas oportunidades para o setor de logística. Nele, o maior leilão de aeroportos do país, com 22 unidades, deverá ser realizado, assim como a concessão da Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, com investimento de R$ 15 bilhões. Um ponto na discussão foi diversificar a matriz de transporte, que hoje está muito concentrada no modal rodoviário.

O secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, afirmou que uma das prioridades é dobrar a participação das ferrovias. “Leiloar essa infraestrutura que tem aí 70, 80% dela executada, para que o setor privado encerre essa infraestrutura ferroviária, ou seja, nós temos o leilão da ferrovia Norte-Sul, a gente tem trabalhado com a renovação antecipada de contratos de concessões já existentes. O desafio de infraestrutura no setor ferroviário, ele não pode ter o incremento de novos investimentos nos términos desses contratos, em 2026 e 2028. Isso precisa ser antecipado, isso precisa ser feito”, afirmou. A greve dos Correios que durou mais de um mês em 2020 colocou a logística ainda mais em pauta no Brasil. Com a pandemia, os consumidores mudaram seus hábitos e o comércio eletrônico cresceu em meses o que era esperado para anos.

Um bom exemplo de empresa que usa a tecnologia para mudar a estrutura convencional de fazer entregas é a plataforma Kangu, que nasceu para contribuir e tornar os E-commerce mais rentáveis. Hoje são mais de 2.700 pontos Kangu espalhados pelo Brasil, como explica o CEO e fundador da empresa, Marcelo Guarnieri. “A gente ficou muito feliz vendo o quanto a gente conseguiu contribuir no ano de 2020 com essa quantidade, os milhares de vendedores que utilizaram a Kangu para conseguir expandir seus negócios ou até começar os seus negócios. As pessoas que conseguiram economizar e comprar os seus produtos em casa ou retirar e os estabelecimentos de bairro que fizeram parte da malha da Kangu e conseguiram gerar uma receita extra para o seu negócio”, afirmou. Não é à toa que gigantes como o Mercado Livre e a Magazine Luiza investem cada vez mais em braços próprios de logística. Apesar disso, muitos lojistas ainda dependem da infraestrutura dos Correios, presente em mais de cinco mil cidades do país. Uma pesquisa da startup Loggi mostrou que 8 entre 10 lojas virtuais de pequeno e médio porte dependem da estatal para levar os produtos até a casa do cliente.

*Com informações do repórter Victor Moraes

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.