Governo e Unifesp adotam cautela após suspensão dos testes da vacina de Oxford

O ministério da Saúde afirmou que é procedimento padrão interromper ensaios clínicos para investigar eventos adversos

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2020 07h28 - Atualizado em 09/09/2020 08h39
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EFE/EPA/WU HONG Em nota, a universidade afirmou que vai retomar a fase 3 dos testes clínicos assim que o comitê de monitoramento de segurança do estudo analisar se as reações têm relação com a vacina

Autoridades brasileiras reagiram com cautela após a farmacêutica britânica AstraZeneca anunciar a suspensão dos testes com a vacina de Oxford. A companhia tomou a decisão depois que um dos pacientes no Reino Unido apresentou reações adversas graves. A suspensão ocorre no mesmo dia em que vários laboratórios assumiram um compromisso público sobre a segurança das vacinas. O estudo foram paralisados em todos os centros que participam da pesquisa, inclusive no Brasil, onde os testes são realizados em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, a decisão reforça a importância de realizar todas as fases de um ensaio clínico. “Não é uma reação tranquila, ela pode gerar sequelas importantes e por isso ela é classificada como uma reação adversa grave”, explica.

Em junho, o governo brasileiro firmou um acordo de cooperação com a AstraZeneca, por meio da FioCruz, para a produção de mais de 30 milhões de doses da vacina. Antes do anúncio da suspensão, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o objetivo é iniciar a imunização no começo de 2021. “A gente está fazendo os contatos com quem fabrica a vacina e a previsão é que chegue para a gente em janeiro. Janeiro a gente começa a vacinar todo mundo”, afirmou. Em uma audiência com o movimento Médicos Pela Vida nesta terça-feira, 8, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que ninguém pode ser obrigado a tomar a vacina.

Em nota, a Unifesp, disse que vai retomar a fase 3 assim que o comitê de monitoramento de segurança do estudo analisar se as reações têm relação com a vacina. No país, grande parte dos cinco mil voluntários recebeu a segunda dose e não demonstrou intercorrências graves de saúde. O Ministério da Saúde afirmou que é procedimento padrão interromper ensaios clínicos para investigar eventos adversos. Com a suspensão, não haverá a inclusão de novos voluntários, mas os atuais participantes seguem em acompanhamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fiocruz, que está responsável pela produção das doses, aguardam mais informações para comentar o tema. Nesta terça-feira, o Brasil chegou a e 4.162.073 infectados pelo coronavírus e 127.464 mortos pela doença. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, foram 14.279 novos casos e 504 óbitos em 24 horas.

*Com informações da repórter Nanny Cox 

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