Grandes empresas pedem protagonismo do Brasil na agenda ambiental

Com discurso unificado na iniciativa privada, grupo quer manter comunicação com o governo e cobrar metas mais ambiciosas

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2021 06h50 - Atualizado em 28/09/2021 10h28
Imagem de DJI-Agras por Pixabay Imagem aérea mostra um drone sobrevoando um extenso campo agrícola, por onde passa um trator Segundo especialista, o Brasil possui capacidade de produzir na agricultura e na pecuária sem comprometer territórios importantes a serem preservados

Os empresários brasileiros querem mostrar que estão atentos para a necessidade de produzir preservando o meio ambiente. Mais de 60 representantes de grandes empresas assinaram um documento, se comprometendo a combater a emissão dos gases do efeito estufa e as mudanças climáticas. A expectativa do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável é de garantir o apoio de pelo menos 100 grandes empresas do país e fechar um discurso unificado dentro da iniciativa privada. A presidente do Conselho, Marina Grossi, explica que o objetivo é cobrar do governo um maior protagonismo na questão e metas mais ambiciosas. Segundo ela, proteger a Amazônia é, definitivamente, um bom negócio. “O Brasil pode expandir pecuária em áreas degradadas, pode expandir a agricultura com maior produtividade. A gente tem conhecimento, tecnologia, a gente pode fazer isso. A gente não precisa , como outros países, comprometer certos territórios”, afirma.

Marina diz que é preciso focar na mensagem de proteger e preservar, uma vez que, segundo ela, é possível lucrar e proteger a floresta ao mesmo tempo. “Para atrair recursos, o fato de preservar e produzir é uma mensagem forte. Para atrair recursos, dizer que temos tecnologia, hoje, para chegar em 2050 com emissão líquida zero é uma mensagem forte também. Os países em geral falam: nós nos comprometemos, mas estamos vendo o que podemos desenvolver. A gente já tem leis, conhecimento e condições de fazer”, pontua. Ela ressalta que o Código Florestal é uma lei importante e amplamente discutida no Congresso Nacional. Para Marina, essa legislação foi o possível a se fazer na época em que foi criada para garantir a segurança jurídica. Ela defende o aperfeiçoamento das regras, mas não necessariamente aprovação de novas leis. O Conselho Empresarial quer também garantir encontros com ministros do governo. As negociações com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, terão que aguardar ela voltar do isolamento da Covid-19. Com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a reunião será no próximo dia 6 de outubro. O grupo também quer conversar o Ministério das Relações Exteriores.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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