Guedes diz que emendas do relator são instrumento de apoio ao governo

Ministro da Economia afirmou que modelo não é recente e existe desde a gestão de Rodrigo Maia na Câmara, quando foram solicitados R$ 30 bilhões: ‘Ninguém reclamou’

  • Por Jovem Pan
  • 01/12/2021 07h54
DIDA SAMPAIO / ESTADÃO CONTEÚDO - 22/10/2021 Ministro da Economia, Paulo Gedes fala com a mão levantada Paulo Guedes afirmou que as emendas não são recentes e vinham desde a gestão de Rodrigo Maia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou nesta terça-feira, 30, sobre as emendas de relator do orçamento em um evento da Câmara Brasileira da Indústria e da Construção. Ele afirmou que as emendas não são recentes e vinham desde a gestão de Rodrigo Maia. “Quando o presidente da Câmara era Rodrigo Maia me lembro que houve o pedido dele de R$ 30 bilhões para o Domingos Neto, que seria o relator. Era o dobro e não houve essa confusão toda, porque possivelmente o presidente da Câmara garantiu os recursos para ser independente ao governo, fazer a política mesmo sendo oposição ao governo. Ninguém reclamou. Agora que é a metade daquele dinheiro e é para apoiar o governo, aí todo mundo descobriu que o orçamento é secreto, que está errado. Aquilo não foi criado pelo Lira”, disse. Guedes acrescentou que só houve tanto alarde pelo assunto pelas emendas serem instrumento de apoio ao governo.

As emendas de relator foram criadas em 2019 durante as conversas sobre o Orçamento de 2020. Rodrigo Maia reagiu às falas de Paulo Guedes. Nas redes sociais, ele informou que o ministro da Economia precisa entender que o seu caráter é diferente do dele. “Nunca usaria o orçamento para ameaçar os deputados como estão fazendo. E também não trabalharia um modelo que gerasse um orçamento paralelo e sem transparência”, escreveu no Twitter. O parlamentar disse ainda que as emendas de relator começaram neste ano, quando já não estava à frente do parlamento.

O assunto da votação no Congresso repercutiu até no Partido dos Trabalhadores (PT), porque o senador Rogério Carvalho votou favorável, contrariando a indicação do partido. Se ele tivesse votado contra, o tema terminaria empatado e o presidente da sessão, Marcelo Ramos, teria que desempatar. O PT disse que o voto foi isolado e considerou a posição do parlamentar como um fato grave.

*Com informações do repórter Fernando Martins

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