Guilherme Afif Domingos: Nova CPMF busca manter mesmo nível de carga tributária

Assessor de Paulo Guedes justificou o motivo de ser a favor da criação desse novo imposto mesmo sendo contra a burocratização

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2020 08h52 - Atualizado em 03/08/2020 08h58
Leonardo Prado/Câmara dos Deputados Afif Domingos explicou que a pandemia trouxe um aumento muito grande dos custos do governo

O assessor especial de Paulo Guedes, Guilherme Afif Domingos, falou em reequilíbrio e redistribuição na possível criação de uma nova CPMF. De acordo com ele, o Brasil tem um desafio fiscal muito grande — principalmente agora, em meio à pandemia da Covid-19. “Nós estamos colocando exatamente um equilíbrio. Se eu vou arrecadar R$ 120 bilhões, o que eu vou aliviar do outro lado que também vai aliviar esse valor? Isso significa manter o mesmo nível de carga tributária. Mas você pode aumentar a arrecadação sem aumentar a carga, que é o caso de ter uma taxação em cima da informalidade — que é até reforçada pelos tributos atuais.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Afif Domingos explicou que a pandemia trouxe um aumento muito grande dos custos do governo. “No ano passado, o ano da aprovação da reforma da Previdência, nos comemoramos que íamos economizar até R$ 1 trilhão em 10 anos. Esse ano já gastamos muito em 6, 7 meses. Temos uma necessidade de socorrer em meio à pandemia, que gerou uma paralisação total da economia — que em consequência aumentou o desemprego e a pobreza.” Para ele, é preciso desonerar a folha de pagamento. “Esse é um imposto horroroso”, completou.

Afif justificou o motivo de ser a favor da criação desse novo imposto mesmo sendo contra a burocratização. “Quando você muda a base, você alivia a folha de pagamento. Você precisa buscar uma base mais ampla que vai alcançar até a informalidade, ou seja, dar um equilíbrio. Eu fui a favor do imposto único, mas quando ele veio foi na jogada de fazer mais um imposto. Por isso não aprovei a ideia da CPMF. Mas nesse quadro de agora temos condições de ter certeza da capacidade de arrecadar porque temos experiência.” O assessor de Guedes complementou dizendo que a nova CPMF não gera custo de arrecadação e que o imposto da folha também é regressivo. “Temos que usar para substituir imposto da folha, imposto de renda dos menores salários e eliminar o IPI sobre geladeira e televisão”, finalizou.

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