Hamilton Mourão deve ser alvo de investigação por viagem à Angola
A pedido de Bolsonaro, general conversou com o líder angolano João Lourenço sobre a crise da Igreja Universal; para parlamentares, ação do vice-presidente pode configurar crime de improbidade administrativa
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, pode ser alvo de uma investigação por causa da viagem que fez na última semana à Angola. Oficialmente, o general esteve no país para representar o Brasil em um reunião da comunidade de países de língua portuguesa. Ele próprio reconheceu, no entanto, que a pedido do presidente Jair Bolsonaro conversou com o presidente angolano, João Lourenço, sobre a situação da Igreja Universal do Reino de Deus no país. Integrantes do braço angolano da igreja se rebelaram contra a direção brasileira da instituição. Eles chegaram se divulgar um comunicado acusando o comando geral da Universal de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e racismo. Desde então, pastores e bispos brasileiros têm sido deportados do país africano.
Antes da viagem de Mourão, representantes da igreja no Brasil chegaram a se queixar da falta de apoio do Itamaraty em relação à situação. Após as reclamações, Hamilton Mourão foi designado por Bolsonaro para tratar pessoalmente da situação com o governo da Angola. Para alguns parlamentares do Congresso, essa ação do vice-presidente pode configurar crime de improbidade administrativa, que é quando o agente público age, no exercício do cargo, contra o interesse público. A expectativa é que representações sejam apresentadas tanto à Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto à Procuradoria da República do Distrito Federal. Nessas ações, os deputados de oposição devem questionar o uso de dinheiro público para atender interesses privados, além de solicitar informações sobre os custos dos voos da Força Aérea Brasileira e das hospedagens bancadas em Angola pelo governo federal.
*Com informações do repórter Antonio Maldonado
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