Inadimplência entre os mais pobres do Minha Casa, Minha Vida atinge 45% e bate recorde
De acordo com o Ministério das Cidades, 510 mil contratos, entre os mais de 1 milhão ativos na faixa 1, devem o valor mensal há mais de um ano
A inadimplência na faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, que foi relançado com este nome pelo governo do presidente Lula (PT), terminou 2022 em um patamar recorde, quando ainda era nomeado ‘Casa Verde e Amarela’. Ao todo, 45% desses contratos, que são beneficiados com maiores subsídios do Governo Federal, estão sem pagar parcelas do financiamento há mais de 360 dias. De acordo com o Ministério das Cidades, 510 mil, entre os mais de 1 milhão de contratos ativos nesta faixa, estão devendo o valor mensal há mais de um ano. O cenário já preocupa o ministério, que diz estudar a mudança da própria legislação do programa. A pasta explicou, por meio de nota, que as alterações serviriam para a ampliação do retorno financeiro ao fundo mas, sobretudo, para a minimização dos impactos sociais aos beneficiários, visando justamente resguardar o direito à moradia, dado o perfil socioeconômico das famílias, que na faixa 1 do programa dispõem de uma renda bruta mensal de até R$ 1.800. Com o não pagamento reiterado das parcelas, os donos dos imóveis correm o risco de perder o bem.
O calote nos pagamentos por parte dos beneficiários também aumenta a necessidade do Governo Federal de elevar sua participação nos custos do programa no orçamento. Como consequência, o próprio Ministério das Cidades afirma que há uma limitação na expansão do programa, o que reduziria a quantidade de novas famílias contempladas. O Minha Casa, Minha Vida foi relançado em fevereiro pelo presidente Lula, com uma medida provisória enviada ao Congresso para alterar regras do programa. Em um primeiro momento, a meta é entregar obras atrasadas ou paralisadas.
*Com informações da repórter Soraya Lauand
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