Indústria migra do Sudeste para demais regiões do país em dez anos, mostra CNI

Movimento reflete as mudanças nos quatro segmentos industriais: extrativa, transformação, construção e serviços industriais de utilidade pública

  • Por Jovem Pan
  • 17/05/2021 06h48 - Atualizado em 17/05/2021 08h39
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Arquivo/Agência Brasil motocicletas Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul também se destacaram com os maiores ganhos de participação na produção manufatureira nacional

A produção industrial vem se desconcentrando de Estados da região Sudeste para as demais regiões geográficas, sobretudo para a Sul e Nordeste. O movimento reflete as mudanças nos quatro segmentos industriais: extrativa, transformação, construção e serviços industriais de utilidade pública. Em 10 anos, de 2007/8 a 2017/18, São Paulo perdeu participação na produção nacional de 22 dos 24 setores que compõem a indústria de transformação, enquanto o Rio de Janeiro perdeu participação em 18 dos 24 setores. O Estado da Bahia foi o que mais ganhou importância na produção da indústria de transformação brasileira. Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul também se destacaram com os maiores ganhos de participação na produção manufatureira nacional. Considerando a indústria em um contexto geral, o Pará foi o que mais ganhou espaço em razão do crescimento de sua indústria extrativa, sobretudo do setor extração de minerais metálicos. São Paulo continua sendo o maior produtor industrial, liderando com alta margem sobre os demais Estados, com 30,68%.

Entre os quatro segmentos industriais, o Estado só não ocupa a primeira posição do ranking dos maiores produtores na indústria extrativa, liderado pelo Rio de Janeiro. O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca explica o novo panorama da área produtiva brasileira. “Na verdade, a perda de participação de São Paulo é muito mais ao crescimento mais forte das outras regiões. Então não é que as empresas estão saindo de São Paulo e indo para Centro Oeste e Nordeste, elas estão abrindo filiais nestas regiões. A medida qu você tem um mercado consumidor maior no brasil, as empresas decidem atender esses mercados estando mais próximas, se instalando em novas regiões”, disse, assinalando que o movimento deve continuar nos próximos anos. “É um movimento natural que o país vai se desenvolvendo e as regiões menos desenvolvidas vão também fazendo parte da instrutora industrial. A partir do momento que a renda na região vai crescendo você vai atraindo outros setores industriais.” De acordo com a CNI, outro fator relevante é a facilitação da logística.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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