Inquérito sobre vazamento de dados sigilosos é ‘cortina de fumaça’, diz Filipe Barros

Deputado federal questiona a falta de conclusão da investigação sobre o ataque às urnas eletrônicas e fala em tentativa de intimidar Bolsonaro e seus aliados

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2022 09h15 - Atualizado em 28/01/2022 09h58
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Cleia Viana/Câmara dos Deputados O deputado Filipe Barros em audiência sobre o voto impresso Deputado reconheceu ter sido responsável por enviar uma cópia do documento, considerado sigiloso, ao presidente

O deputado federal Filipe Barros (PSL) considera que a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o presidente Jair Bolsonaro preste depoimento sobre o vazamento de dados sigilos é “mais uma tentativa em intimidar” o mandatário e sua base parlamentar. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o deputado reconheceu ter sido responsável por enviar uma cópia do documento, considerado sigiloso, ao presidente, mas negou que o inquérito estivesse em segredo de Justiça. “Eu mesmo mandei uma cópia ao presidente da República, ao presidente Arthur Lira e pedi para disponibilizar a todos os parlamentares. Como relator [do voto impresso], eu tinha o dever de compartilhar”, afirmou Filipe Barros, que questiona a validade da investigação.

“Esse inquérito é uma cortina de fumaça, o que tem que ser perguntado é por que não foi dado como concluído esse inquérito [sobre o ataque às urnas eletrônicas]? Por que não chegou a conclusão ao ataque da eleição de 2018? Por que uma empresa privada tinha acesso a parte sensíveis do TSE? Por que uma empresa terceirizada apagou os logins que poderiam responder qual foi a extensão desse ataque, dessa invasão? Tudo isso não foi respondido”, completou. O deputado federal também criticou as “arbitrariedades” cometidas por alguns ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele afirmou que a situação descontenta parlamentares do governo, mas também da oposição.

“Exige, de fato, esse clima de desconforto em relação a algumas atividade de alguns ministros. Isso é um fato. Agora, não adianta só esses parlamentares terem desconforto, é preciso ação. Hoje, é contra parlamentares ligados ao presidente Bolsonaro, amanhã é contra eles. É preciso de ações para impedir que essas arbitrariedades não continuem”, finalizou. A determinação de Alexandre de Moraes estabelece que o presidente da República preste esclarecimentos às 14 horas desta sexta-feira, na Polícia Federal, sobre o vazamento do inquérito sobre o ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido de investigação acontece após Bolsonaro divulgar, em uma live do dia 4 de agosto de 2021, que teve a participação de Filipe Barros, um inquérito da Polícia Federal que apurava ataques às urnas eletrônicas. Para Filipe Barros, no entanto, há dúvidas se o presidente vai comparecer à oitiva.

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