Deputados têm reunião para ajustes finais do arcabouço; votação deve ocorrer até quarta
Arthur Lira voltou a negar que o projeto tenha sido atrasado intencionalmente à espera da reforma ministerial do governo Lula
A decisão de dar andamento à votação do arcabouço fiscal foi anunciada nesta segunda, 21, após reunião de líderes de bancadas na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Em conversa com jornalistas, o relator da proposta, deputado federal Cláudio Cajado (PP), afirmou que os parlamentares vão se reunir com técnicos nesta terça-feira, 22, a partir das 11h, para esclarecer dúvidas em relação às mudanças feitas pelo Senado. A expectativa é de que o arcabouço fiscal seja votado até quarta-feira, 23. “Devemos exaurir todos os pontos e acredito que, com os líderes e o presidente Arthur, definamos a votação. Acordado o texto, não terá dificuldade para que eu possa apresentar o parecer, até porque ele está pronto e apenas faltando ajustes dos pontos que faltam ser acordados.” Lira voltou a negar atraso intencional de pautas do governo devido aos adiamentos sucessivos da reforma ministerial pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Há de convir que todas as especulações de que o Congresso não vai votar aquilo porque não entrou aquilo outro… isso não existe em questões de interesse nacional”, afirmou. Apesar da declaração, os deputados têm apreciado apenas matérias consideradas de consenso desde o fim do recesso parlamentar.
A reforma ministerial deve ser anunciada apenas na próxima semana. Lula cumpre agenda na África e deve retornar ao Brasil apenas entre domingo, 27, e segunda-feira, 28. A única definição das mudanças na Esplanada dos Ministérios, até o momento, é em relação aos nomes dos indicados pelo Centrão. São os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). A indefinição é sobre quem assume qual ministério. Uma das possibilidades é de que Silvio Costa Filho fique com a pasta de Portos e Aeroportos, atualmente comandada por Márcio França. Já André Fufuca ficaria com o novo Ministério das Micro e Pequenas Empresas. Apurações paralelas apontam que o Ministério do Desenvolvimento Social vai entrar na reforma, perdendo o Bolsa Família, que ficaria em outra pasta com Wellington Dias – atual ministro de Desenvolvimento Social. No entanto, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, negou mudanças na pasta em entrevista na semana passada. Uma agenda de Lula com Wellington Dias em 31 de agosto também reforça que o ex-governador deve continuar no Desenvolvimento Social. No dia, os dois devem lançar o programa “Brasil Sem Fome”.
*Com informações do repórter André Anelli.
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