Mauro Cid vai confessar venda de joias a mando de Jair Bolsonaro, diz defesa

Em novo depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel deve assumir que vendeu itens nos Estados Unidos e depois entregou o dinheiro em espécie ao ex-presidente

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2023 08h12 - Atualizado em 18/08/2023 09h00
  • BlueSky
TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Mauro Cid Mauro Cid em depoimento na CPMI do 8 de Janeiro

De acordo com os advogados da defesa do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República deve prestar novo depoimento à Polícia Federal (PF) para assumir que vendeu joias nos Estados Unidos e depois entregou o dinheiro em espécie ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi revelada primeiro pela revista Veja. Em entrevista à Jovem Pan News, o advogado Cezar Bitencourt declarou que os US$ 35 mil que entraram na conta do pai do tenente-coronel, Mauro César Lourena Cid, eram parte de pagamento feito a Bolsonaro. Ainda de acordo com Bittencourt, Mauro Cid dirá que fez tudo a mando do ex-presidente. Até então, Cid havia se mantido em silêncio sobre o caso. No dia 11 de julho, o ex-ajudante de ordens compareceu à CPMI do 8 de Janeiro e negou relação pessoal com o ex-presidente. Mauro Cid está preso desde maio, em Brasília, por suspeita de ter falsificado cartões de vacinação contra a Covid-19.

Na sequência, Cid virou alvo da PF por suspeitas de participar de um plano de golpe no Brasil. Em depoimento à PF em junho, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que não acreditava em golpe de Estado. Também nesta quinta-feira, 17, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal no exterior de Cid, do pai do tenente-coronel, de Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O objetivo é apurar se as contas foram usadas para recebimento dos valores obtidos com a venda dos presentes entregues pelas autoridades árabes a integrantes do governo brasileiro. Pelas regras do Tribunal de Contas da União, presentes deste tipo devem ser incorporados ao acervo da União e não podem ser vendidos como itens pessoais. Bolsonaro e Michelle têm negado as irregularidades e já se colocaram à disposição da Justiça.

*Com informações do repórter Misael Mainetti

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.