MEC aprova reajuste de 23% nas bolsas aos residentes na área da saúde

Auxílio sairá de R$ 3.330,43 para R$ 4106,09; pelo valor da bolsa, os profissionais trabalham, em média, com atendimento ao publico por 60 horas semanais

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2021 12h00 - Atualizado em 16/10/2021 12h06
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Sasin Tipchai/Pixabay Imagem de três médicos realizando uma cirurgia Os residentes deixarão de receber auxílio Covid a partir de dezembro

A partir de 2022, a bolsa paga aos médicos-residentes e aos residentes em área profissional da saúde terá um reajuste de 23% e sairá de R$ 3.330,43 para R$ 4106,09. Para Natasha Barreto, membro do Conselho Federal de Medicina, o reajuste foi uma conquista. “Na imensa maioria das vezes esse residente sai da casa dos pais para ir estudar fora para melhorar, para fazer sua especialização e isso tem um custo muito alto com deslocamento, alimentação, moradia e esse reajuste nada mais do que justo e vai ajudar muito e incentivar com que esses médicos façam a sua especialização, se tornem cada vez melhores para atender a nossa população”, diz Natasha.

A residência na área da saúde é uma especialização para profissionais já formados em cursos como medicina, enfermagem e fisioterapia. Pelo valor da bolsa, médicos residentes, por exemplo, em média, trabalham com atendimento ao publico por 60 horas semanais. Para a residente em enfermagem, Karina Aragão de Medeiros, o reajuste veio em boa hora, já que grande parte desses estudantes estão prestes a deixar de receber uma bonificação de R$ 667 paga a residentes que atuam no combate a Covid-19. “Quando eu entrei já tinha a pandemia da Covid-19. Por a gente trabalhar se expondo ao vírus, a gente recebe um auxílio como uma gratificação. Mas ela vai ser cortada, porque a gente está conseguindo controlar a pandemia. Esse reajuste foi bom, pois vamos conseguir manter e aumentar, inclusive, um pouco do que a gente vem recebendo esse ano”, relata Karina.

Já para o residente em Medicina de Família e Comunidade, Fernando Bezerra, o reajuste, ainda que positivo, mostra a falta de interesse do governo em investir na saúde e na educação. “É um salário de R$ 17 a hora para um médico, para um pessoa que dedicou a vida toda em estudo e em aperfeiçoamento dentro da área da saúde. Eu recebo com bastante alegria, porém deixa claro que o país não tem interesse em investir em educação e saúde”, desabafa Bezerra. O Ministério da Educação é responsável pelo pagamento de 14 mil bolsas de residência. o reajuste elevará os gastos da pasta em R$ 150 milhões por ano, atingindo R$ 813 milhões.

*Com informações da repórter Paola Cuenca

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