Merkel diz que acordo UE-Mercosul pode estar em risco por perdas florestais no Brasil

Chanceler alemã, cujo governo estava comprometido com a resolução, agora teria ‘sérias dúvidas’ sobre a implementação, justamente em razão da destruição da Amazônia

  • Por Jovem Pan
  • 22/08/2020 08h17 - Atualizado em 22/08/2020 08h18
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EFE/EPA/HENNING SCHACHT Para sair do papel, o acordo precisa ser aprovado por todos os 27 países-membros da União Européia e no Parlamento Europeu

Os índices de desmatamento da Floresta Amazônica podem travar de vez o acordo entre a União Européia e o Mercosul. A chanceler alemã, Angela Merkel, cujo governo estava comprometido com o acordo, agora teria “sérias dúvidas” sobre a implementação, justamente em razão da destruição da floresta. A informação foi dada pelo porta-voz da chefe de estado,  Steffen Seibert. Nesta sexta-feira, ele disse que Berlim observa “com grande preocupação” o desmatamento e as queimadas na região.

O porta-voz afirmou ainda que “existem dúvidas consideráveis de que o acordo possa ser implementado como o pretendido, em vista dos acontecimentos atuais, das terríveis perdas florestais registradas”. A declaração aconteceu um dia após notícias de que Angela Merkel teria se comprometido com ativistas alemães de que não assinaria o texto.  A ativista sueca Greta Thunberg também participou do encontro. 

Seibert não quis comentar o que definiu como “conversas privadas”, mas lembrou que o processo de ratificação do acordo sequer começou e que o governo alemão observa com atenção o que ocorre no Brasil para avaliar se ainda há condições dele realmente sair do papel. É bom lembrar que o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, assinado em julho do ano passado, vem enfrentando resistência cada vez maior na Europa, devido sobretudo à política ambiental do governo brasileiro.

Os parlamentos como da Áustria, da Holanda e da Bélgica já anunciaram que não darão seu aval ao acordo, cuja ratificação também encontra resistência na França, Irlanda e Luxemburgo. É bom lembrar que, para sair do papel, o acordo precisa ser aprovado por todos os 27 países-membros da União Européia e no Parlamento Europeu.

* Com informações do repórter Antonio Maldonado

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