Mesmo com aval da Anvisa, Bolsonaro volta a questionar eficácia da CoronaVac

O presidente reconhece, no entanto, que a vacinação vai impedir a ocorrência de casos graves da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 23/01/2021 06h45
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GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO presidente Jair Bolsonaro de lado com a mão sobre o rosto As declarações do presidente aconteceram na saída do Palácio da Alvorada, logo após um café da manhã oferecido a alguns membros da Frente Parlamentar da Agricultura

O presidente Jair Bolsonaro segue colocando dúvidas sobre a eficácia da vacina contra a Covid-19 que está sendo aplicada na população brasileira. Segundo ele, apesar da aprovação unânime pelos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda não há nada comprovado em relação ao imunizante. Bolsonaro recomenda que a população leia os contratos firmados entre as empresas fabricantes e os institutos responsáveis por produzir as vacinas para ‘tomar pé do porquê’ elas não foram consideradas ‘perfeitamente’ eficazes.

Ele reconhece, no entanto, que a vacinação vai impedir a ocorrência de casos graves da doença, o que, segundo especialistas, já evitará a sobrecarga do sistema de saúde e, consequentemente, diminuir o número de mortos no país. “Eu não posso obrigar ninguém a tomar vacina, como um governador falou que ia obrigar. Não sou inconsequente a essa ponto. Ela tem que ser voluntária, afinal de contas, não está comprovado cientificamente com essa vacina ainda. Pelo que tudo indica, segundo a Anvisa, ela vai ajudar que casos graves não ocorram no Brasil com quem for vacinado.”

Bolsonaro ameaçou deixar a entrevista quando questionado sobre a fala de que apenas 50% da população teria interesse em se vacinar. Ele também não quis falar sobre as conversas com representantes de outros países, como a China, que teria criado resistência em enviar os insumos necessários para a fabricação das vacinas por conta da política externa do governo. “As conversas que eu tenho durante a semana, sempre converso com autoridades, ficam reservadas. Eu não divulgo, isso faz parte do respeito que eu tenho com eles e eles têm respeito comigo também. Eu não falo com qualquer chefe de Estado de qualquer parte do mundo e vou tagarelar com a imprensa. Isso não existe da minha parte”, disse.

As declarações do presidente aconteceram na saída do Palácio da Alvorada, logo após um café da manhã oferecido a alguns membros da Frente Parlamentar da Agricultura, que representa o setor no Congresso Nacional. O vice-presidente da Frente, deputado Neri Geller, diz que pelos menos 80% dos mais de 200 parlamentares que compõem o grupo estão alinhados com o presidente tanto em relação às pautas prioritárias quanto à eleição para presidência da Câmara e do Senado, que acontece no início de fevereiro.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado 

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